Nuno Godinho de Matos, um dos advogados de Armando Vara, administrador do BCP, adiantou ontem ao PÚBLICO que é contra a divulgação das escutas que envolvem o seu cliente e o primeiro-ministro. "A divulgação dessas escutas é tão ilegítima como um testemunho obtido sob tortura", sustentou. Não estende, contudo, o raciocínio às conversas de Vara com outras pessoas, cuja validade não contesta. "Sobre essas teria que pensar melhor", afirma.
Já Tiago Rodrigues Bastos, o outro advogado de Vara, defendeu na TSF que se "trata de conversas privadas" que devem ser mantidas como tal, uma vez que se entendeu que "não tinham qualquer tipo de relevância penal". Não faz qualquer distinção entre as que foram declaradas nulas e as que são válidas.
O advogado de Paulo Penedos, Ricardo Sá Fernandes, precisou que comunicou ontem ao tribunal que o seu cliente, assessor da PT e arguido no processo Face Oculta, não se opõe à divulgação integral das escutas consideradas relevantes para a certidão que envolveu o primeiro-ministro. Sá Fernandes informou ainda que Paulo Penedos nunca foi confrontado com estas intercepções, tendo ontem sido autorizado pelo Ministério Público a consultá-las. "Só esta semana é que o meu cliente irá a Aveiro lê-las", adiantou. Público