quarta-feira, 24 de maio de 2017

Como conseguiu o “ronaldo das finanças” um défice de 2,3%?

O perdão fiscal que não contava

(mas o PERES terá contribuído com pelo menos 551 milhões de euros para a redução do défice orçamental no ano passado.)

O dinheiro do resgate

(O caso mais relevante é o da devolução de 264 milhões de euros por parte do fundo de resgate do euro, de prepaid margins do empréstimo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). O empréstimo, feito em 2011, tinha uma maturidade de cinco anos e venceu o ano passado…)

A ajuda à Grécia que não o era

(este valor diz respeito a um compromisso que os países do euro fizeram em Novembro de 2012 com a Grécia. Eram 106,9 milhões de euros que o Estado não entregou à República Helénica apesar de o ter previsto no Orçamento do Estado para 2016.)

Mais uns pozinhos caídos do céu

(a venda de aviões F-16 à Roménia, uma operação avaliada em 70 milhões de euros pelo INE. Os aviões foram comprados o ano passado, por isso nem chegam a ter impacto no PIB.)

(por Nuno André Martins no Observador)

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Súplica ao Senhor dos Aflitos

São dias fastos. O défice abaixo de 1,4%! E a baixar... O crescimento a 2,4%! E a subir... O Presidente Marcelo já fala de 3,2%... A sorrir... O desemprego a 10%! A diminuir... O consumo privado a subir. Muito pouco, mas a subir... A poupança a subir. Pouco, mas para cima. O investimento a dar sinais. Poucos, mas bons... Os fundos europeus a chegar. Muitos e a aumentar... O turismo a subir. Muitíssimo... As exportações a subir. Sempre... Só a dívida não mexe...
[...]
Vivemos aquele momento estranho que vem descrito nas teorias dos jogos. O PS quer ganhar e dispensar os dois outros. Os dois outros querem mostrar que são indispensáveis, mas desejam impedir que o PS ganhe com maioria absoluta. Se o PS ganhar, os dois outros podem ir para a rua. Ou ficar cortesmente lá, sem uso nem força. Ninguém sabe, nem PS nem os dois outros, quem bate com a porta, quem deve sair a correr ou ser corrido. Quem fica com as culpas e quem ganha. Quem ganha a perder ou perde a ganhar. Mas até 2020 alguém vai perder... Esperemos que não sejam os portugueses.
[...]

Esta é uma prece ao Senhor dos Aflitos. Uma súplica para que os nossos dirigentes políticos não estraguem tudo outra vez, para que não abram desalmadamente os cofres, para que não voltem a meter ao bolso, para que não gastem o que não têm, para que não construam túneis e viadutos, para que não desperdicem como novos-ricos, para que não façam mais parcerias ruinosas em que os privados ficam com os lucros e o público com o prejuízo, para que não autorizem swaps, para que não voltem a recrutar dezenas de milhares de funcionários públicos, para que não aumentem salários acima do razoável, para que não voltem a bater nos pobres, para que não dêem aos ricos o que eles não precisam, para que não continuem a pensar que se pode viver eternamente com dívidas, para que parem de pensar que os credores têm a obrigação de socorrer os devedores, para que dêem espaço e liberdade aos empresários e para que não voltem a viver como se não tivessem filhos. ( in “Suplica ao Senhor dos Aflitos” por António Barreto )

sábado, 20 de maio de 2017

porque é que “aumentar a dívida pública não gerou nenhum retorno para a economia?”

É estranho que, quando o governo PSD/CDS estava no poder, falar em défice, dívida, e PIB era sinal de corrupção moral, pois havia coisas muito mais importantes do que isso. Só que agora, com o défice de 2016 pequenino e o crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2017 grande, toda a gente que criticava dá urras e proclama a virtude destas variáveis económicas.
[…]
Se a Geringonça conseguir cumprir o prometido em 2017, então, a dívida crescerá 1,56% e o PIB 2,99%; depois de, em 2016, terem crescido respectivamente 4,11% e 3,02%.
Em média, em 2016 e 2017, a dívida cresceu 2,83% e o PIB 3,01%, ou seja,
aumentar o crescimento da dívida não resultou em nenhuma aceleração do crescimento do PIB, logo
aumentar a dívida pública não gerou nenhum retorno para a economia. 

(in “Um presente envenenado” por Rita I Carreira no Destreza das Dúvidas )

sexta-feira, 19 de maio de 2017

…da imprensa a que temos direito (depois)

Às 16 horas do dia 26 de Novembro de 2015, tudo mudou.

Foi quando o governo de António Costa tomou posse, com o apoio parlamentar do PCP e do BE. Nessa mesma hora, sem ser preciso fazer mais nada, Portugal voltou de repente a ter economia e Estado social. Nunca mais houve uma má notícia. A “crise social” desapareceu. Deixou-se de falar de pobreza. Foi possível celebrar, não apenas a queda do desemprego (sem ser preciso lembrar que continua acima de 10%), mas também o aumento das exportações, a diminuição do défice, e o turismo. Os números passaram a reflectir fielmente a alegria das pessoas. Salvador Sobral pôde ganhar a Eurovisão sem receio de contribuir para a “alienação” do povo. (in “O país onde todas as notícias são boas” por Rui Ramos)

…da imprensa a que temos direito (antes)

Entre 2011 e 2015, nunca pôde haver boas notícias.

Depois de 2013, as exportações aumentaram, o desemprego caiu (de 16,2% em 2013 para 13,9% em 2014), o défice diminuiu, a economia voltou a crescer, o turismo começou a alastrar a Lisboa e ao Porto. Mas ai de quem se mostrasse animado. Eram só “números”. Se o desemprego caía, era porque os desempregados desistiam de procurar emprego. Os jornais e as televisões dispunham então de uma reserva inesgotável de “casos dramáticos” para desmontar as estatísticas. A economia estava destruída, o Estado social tinha acabado. 
e até
Se Salvador Sobral tivesse ganho a Eurovisão em 2015, teria havido editoriais a lamentar a importância dada a um festival. (in “O país onde todas as notícias são boas” por Rui Ramos)

quinta-feira, 18 de maio de 2017

para mais tarde recordar…

«questionado pela RTP sobre onde foi buscar aqueles dois dados, o Presidente da República respondeu:
Eu disse que é uma hipótese que não está afastada o poder haver uma evolução positiva da economia, se ela vier de trás, que aponte para a confirmação destes números”, que nunca divulgou estes dados porque ninguém pode revelar uma realidade que não existe”, 
e acrescentou:
“Eu digo que é um dos cenários possíveis, um défice mais baixo e um crescimento mais alto”.»

segunda-feira, 15 de maio de 2017

para mais tarde o recordar...





“iguala o valor mais elevado deste século”
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é assim que o Ministério das Finanças reage ao crescimento de 2,8% do PIB, no primeiro trimestre de 2017, conforme revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística.”

domingo, 14 de maio de 2017

Um dia para a História

Este 13 de Maio deve ter conseguido satisfazer quase todos os portugueses:
- A maioria dos católicos e a nomenclatura política – com os seus agnósticos, ateus e crentes - tiveram em Fátima e nas TV’s a “peregrinação” de Francisco I (que, se não aparecer outro, ficará conhecido como Papa Francisco)
- Uma boa parte, talvez a maioria da maioria dos adeptos do Futebol, rejubilou-se com a vitória do Sport Lisboa e Benfica que ganhou o Campeonato Nacional do dito e
- Os apreciadores do nacional-cançonetismo rejubilaram com a vitória do Salvador no Euro-Festival.
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tivemos um País feliz… mesmo que só por um dia!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

domingo, 7 de maio de 2017

uma vitória de Pirro.

Os sinais disso são claros. 
 Primeiro, já na “primeira volta”, 41,2% dos franceses tinha votado contra a União Europeia e não se antevê que a UE lhes venha a dar motivos para reverem a sua posição, num futuro próximo. 
Segundo, porque a islamização de França, onde reside a origem do terrorismo que tem assolado o país, não se resolve com «políticas» de imigração ou outras, porque o tempo para isso já lá vai. Hoje, a comunidade muçulmana francesa é gigantesca, não se acultura, cresce enormemente e continuará a querer ver o Islão implantado nas terras gaulesas. O fim do terrorismo nesse país é uma distante miragem. 
Por fim, porque Macron, será um presidente sem partido, o mesmo é dizer, sem exército, que terá de negociar, a par e passo, qualquer medida estrutural que pretenda pôr em marcha. Ora, com um Partido Socialista à beira da destruição e com a Frente Nacional a ultrapassar “les Républicains” - a direita republicana clássica -, não se imagina que o sistema partidário se submeta ao novo presidente, que tratará de desgastar o mais que puder. (in uma vitória de pirro por rui a.) 
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depois de almoço...

sábado, 6 de maio de 2017

O herói da nova tragédia grega

um post irresistível!
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Outra  greve geral já está marcada na Grécia, desta vez para o dia 17. Mas Tsipras, herói da nova tragédia helénica, resiste firme: continua a não usar gravata.
Manuela Ferreira Leite e José Manuel Pureza irmanavam-se no louvor à "devolução da dignidade" do povo grego. "Pela Grécia passa a salvação da Europa", garantia Ana Gomes, insuflada de júbilo. "O Governo grego conseguiu dobrar a Alemanha", entusiasmou-se Freitas do Amaral. "A Alemanha teve de ceder", sorria Nicolau Santos. "A Grécia teve a coragem de resistir às pressões das potências europeias", celebrouAndré Freire.
"Viva a Grécia", gritou a escritora Hélia Correia ao receber o Prémio Camões. Enquanto o pintor Leonel Moura constatava que "uma parte do sucesso do Syriza deve-se à boa imagem de Tsipras" e do seu ministro das Finanças, por quem "muitas mulheres da Europa" andariam "perdidas de amores". Isabel Moreira, bem ao seu jeito, corroborava.
Boaventura de Sousa Santos, confirmando que de Coimbra também se observa o mundo, vislumbrou ali rasgos de odisseia homérica: "A vitória do Syriza teve o sabor de uma segunda libertação da Europa."
Alguém tem ouvido estas e outras boas almas que se derramavam em cânticos e louvores à "nova Atenas" voltar ao tema?
Certamente não.

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sexta-feira, 5 de maio de 2017

programa eleitoral de Emmanuel Macron

 1. Redução de um terço do número actual de deputados e senadores.
 2. Supressão do regime especial de aposentação dos deputados.
 3. Generalização do voto electrónico até 2022.
 4. Paridade absoluta de género nas listas eleitorais.
 5. Cumprimento intransigente do direito à igualdade de género no espaço público francês.
 6. Alteração do mapa administrativo, com a supressão de um quarto das entidades territoriais hoje existentes.
 7. Criação de um estado-maior permanente de operações de segurança interna como peça fundamental na luta contra o terrorismo.
 8. Encerramento de templos e associações religiosas onde se faz a apologia da violência e do terrorismo.
 9. Anulação de novas missões militares francesas no estrangeiro, salvo em casos de legítima defesa.
10. Prioridade absoluta à cibersegurança e à ciberdefesa.
11. Reforço do orçamento da defesa até atingir 2% do orçamento anual francês.
12. Fixação de um tecto máximo de 0,5% do défice estrutural das finanças públicas até 2022.
13. Grande plano de investimentos públicos, orçado em 50 mil milhões de euros, destinados à qualificação dos recursos humanos, à modernização dos serviços públicos, à transição ecológica e à reabilitação urbana.
14. Introdução de mecanismos de controlo do investimento estrangeiro para preservar os sectores estratégicos.
15. Redução do imposto sobre as sociedades, de 33,3% para 25%.
16. Primado aos acordos de empresa no estabelecimento de novos contratos laborais.
17. Redução para 7% do desemprego nos próximos cinco anos.
18. Supressão de 120 mil postos de trabalho na administração pública.
19. Flexibilizar os horários de funcionamento dos serviços públicos.
20. Acelerar a convergência dos sistemas de pensões e reformas.
21. Criação de 30 mil apartamentos sociais para os jovens.
22. Redução do número de canais públicos audiovisuais.
23. Oposição ao alargamento das actuais fronteiras da NATO.
24. Manutenção das sanções à Rússia.
25. Alargamento a mais cinco países do número actual de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (com inclusão da Alemanha, do Brasil, da Índia, do Japão e de um país africano a designar). (em “O programa de Macronpor Pedro Correia)
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os DDT (donos disto tudo)

[…] Está devidamente provado e documentado  que é na ala esquerda que existe a maior intolerância a opositores. Qualquer pessoa que diverge daquelas criaturas é imediatamente rotulado de iletrado, fascista  e outros tantos mimos. Isto, os mais moderados… Porque os outros partem para a acção ameaçando quem se atreve a fazer contraditório. Foi João Soares a prometer umas bofetadas, agora é Ascenso Simões que lhe toma o gosto e segue pela mesma cartilha a um cronista. Ah!! Valentes!!  Outros preferem sugerir a demissão como Gabriela Canavilhas de um jornalista que não lhe caiu no goto ou Miguel Tiago a Teodora Cardoso por não ir na cantiga das contas do governo. Já Galamba pratica bullying com suas vítimas que vai desde gozar com a foto de perfil do Facebook até ao rebaixamento intelectual. O BE nem está com meias medidas: bloqueia no Facebook e está feito. E o Costa? Bem esse, não tem papas na língua. Quem se mete com ele leva carradas de insultos grosseiros que é para aprender a estar caladinho!! O modus openrandi desta gente é sobejamente conhecido e reproduz aquilo que a historia universal já provou: a esquerda é intolerante à democracia e liberdade de opinião a menos que…  concordemos e aceitemos tudo o que dizem. […]

quinta-feira, 4 de maio de 2017

presidenciais França...

afinal já aconselhou os britânicos a rejeitarem o Brexit e os americanos a escolherem Hillary Clinton — eu, no lugar de Macron, ficaria muito preocupado com este apoio. Mas pode ser que à terceira seja de vez. Ou então não há duas sem três…
(in Delito de Opinião por por Luís Menezes Leitão)