domingo, 30 de julho de 2017

ler e ouvir o que pensa (?) Marcelo Rebelo de Sousa

1. Uma mensagem para o eleitorado de centro-direita
Admitindo que algum eleitorado de centro-direita possa estar desiludido com o seu mandato, Marcelo Rebelo de Sousa é direto em dizer que não lhe passou pela cabeça a possibilidade de dissolver a Assembleia da República quando tomou posse no ano passado.
2. OE 2018 e um aviso à esquerda
A mensagem para o PS, o PCP e o BE é direta: “Os partidos que fazem parte da área do Governo têm de decidir em cada momento ao longo da legislatura se querem ou não durar até ao fim da legislatura, se quiserem, naquilo que depender deles, têm mais hipóteses de durar, se não quiserem, não há ninguém que possa substituir-se a eles”.
3. “Bitola” do crescimento económico nos 3%
Em 2017, Marcelo colocou a “bitola” nos 3% e várias previsões ajustaram-se, com o próprio Governo a acreditar cada vez mais nessa meta.
4. Défice tem de continuar a descer
Falta o rating, mas Marcelo diz que para lá chegar é preciso continuar com a preocupação de ter umas finanças públicas sãs.
5. CGD deve ter em atenção os mais vulneráveis
Marcelo diz ser “sensível” aos que estão numa “situação mais deprimida do ponto de vista económico e que podem sofrer com certas medidas”.
6. Compra da Media Capital “não é nada melindrosa”
sobre a aquisição da Media Capital pela Altice, considera que esta compra “não é nada melindrosa”.
7. Marcelo quer explicações sobre Pedrógão
O Presidente da República considera ainda ter muitas dúvidas sobre a tragédia de Pedrógão Grande, tal como os portugueses. “Exigi o apuramento de factos e responsabilidades”, insiste.
8. Tancos “é grave”
Marcelo Rebelo de Sousa rejeita a ideia de que desdramatizou o caso de Tancos. “É grave”, classifica, pedindo que se investigue tudo.
9. Se há responsabilidades, há responsáveis

Sobre estes dois casos, o Presidente da República espera que se possa dissipar as dúvidas em breve, pedindo celeridade mas respeitando os tempos de cada instituição. Marcelo diz que se houver razões para haver responsabilidade, então existem responsáveis.

de repente o problema não são as mortes! Passou a ser o aproveitamento político

a pressa do Costa, está a ter a reacção que se esperava.
- o ambivalente Presidente da República já diz, em entrevista ao DN, que está à espera das conclusões dos inquéritos às mortes de Pedrogão e ao roubo das armas em Tancos que considera grave.
- a Protecção Civil reage à " lei da rolha" e
- as famílias querem saber mais, 
contra o que o ex-ministro da Administração Interna do Socrates e actual “primeiro ministro” desejaria, o assunto não está esclarecido .
Há culpados!
É por isso que, com a ajuda dos "do costume", de repente o problema não são as mortes passou a ser o aproveitamento político :
- “Costa lamenta aproveitamento político de mortes em Pedrógão”;
- “Marcelo contra aproveitamento político das vítimas de Pedrógão”;
- “Pedrógão Grande: Bloco acusa PSD de aproveitamento político”…
De repente o país descobriu que para a geringonça o seu maior problema não é o falhanço da protecção civil. Muito menos o roubo em Tancos de material que começou por ser de guerra, depois passou a material obsoleto e agora é de guerra novamente. ...
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Para o Costa e para a geringonça o aproveitamento político é de facto o nosso maior problema. Falimos várias vezes, morreram dezenas de pessoas num incêndio florestal;
o SNS gasta consigo mesmo o que devia gastar com os utentes;
mas o que é isso quando comparado com o aproveitamento político?
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Uma pessoa mal informada sobre a natureza transcendente do aproveitamento político, pode fazer um juízo de valor menos abonatório da eurodeputada Marisa Matias que no caso das vítimas de Pedrogão a lista dos mortos não deve ser pública “por respeito às vítimas”. 
Ora uma pessoa não devidamente esclarecida sobre os meandros do aproveitamento político até podia pensar que a eurodeputada quer é respeito pelo seu sossego pois não é para todos (e todas, como diria a senhora eurodeputada) apoiar um governo que se confronte com tal lista. 

domingo, 23 de julho de 2017

Dunquerque...da iliteracia à incultura nascente!

A propósito do filme “Dunkirk” que trata da evacuação de 340 mil militares britânicos e franceses de Dunquerque em 1940, logo houve quem apontasse a ausência de mulheres e de actores não brancos entre os protagonistas.
É óbvio que será necessária muita imaginação para conseguir colocar mulheres ou negros na evacuação de Dunquerque, mas exercícios igualmente imaginativos são levados a cabo todos os dias para fazer de conta que no século XVI tínhamos notáveis escritoras ou que a escravatura foi introduzida em África pelos brancos nomeadamente pelos portugueses.

para mais tarde o recordar!

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O António Costa, como secretário-geral do PS, afirmou que Portugal “vai ter este ano, seguramente, o maior crescimento económico de todo o século XXI” e que o trabalho desenvolvido pelo Governo demonstra que “a mudança está a acontecer”.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Trump e o fantasma de Nixon

Isto é revelador, da falta de pudor dos media, na assumpção clara e inequívoca de uma solução política, que lhes é favorável, porque os interesses são comuns, pois visam esvaziar e retirar o debate político da sociedade, manipulando a opinião pública através da mentira. (por Vitor Oliveira no FB)

este era o artigo do Semanário Expresso:
Constitucionalistas da Ivy League explicam ao Expresso como o escândalo Flynn pode levar à abertura de um processo de perda de mandato de Donald Trump, o Presidente norte-americano que esta segunda-feira cumpre o seu primeiro mês de mandato.

terça-feira, 18 de julho de 2017

alguém anda a fazer de nós parvos....

Quando a dimensão do assalto a Tancos foi tornada pública, o PCP foi dos primeiros partidos a reagir, mais ou menos à mesma hora em que o Costa fazia a mala para as férias em Palma de Maiorca, o PCP emitiu um comunicado oficial muito duro, a pedir «responsabilidades políticas».
Enquanto Costa se mantinha em silêncio,
O ministro da Defesa admitia que o material roubado viesse a «colidir com a nossa segurança», aceitando que poderia ir parar a redes terroristas e
O Presidente da República fez declarações tonitruantes: era preciso investigar tudo «doa a quem doer e não deixando ninguém imune».
mas
o Costa continuou impávido as suas férias!
Quando chegou explicou que tinha ido para Palma de Maiorca descansado porque os serviços de segurança o avisaram que não havia riscos – apesar do Ministério Público ter aberto uma investigação.
O chefe militar explicou que o material roubado, afinal, não servia para nada. Era só tralha.
Alguém anda a fazer de nós parvos.

Entre as explicações em São Bento e as teoria da tralha do Pina Monteiro e a da conspiração do Vasco Lourenço segundo a qual tudo se tratou de uma intentona para prejudicar o Governo PS, venha o diabo e escolha... (adapt de “O sentido de Estado é uma coisa que tem dias” de Ana Sá Lopes )

domingo, 16 de julho de 2017

escrever à direita, hoje!

escrever à direita, hoje!
Ou seja: o “aproveitar enquanto é possível” porque, não tenham dúvidas, ao deixarmos instalar-se no poder um “maduro e sus muchachos”, já estamos a caminhar para a Venezuela (e o 25 de Novembro já não é possível!)
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“Por estranho que possa parecer a um observador esse mundo demencial longe de se ter extinguido, no final dos anos 80 espalhou-se qual mancha de óleo sobre as nossas vidas: os outrora militantes tornaram-se activistas e muito devidamente instalados em gabinetes universitários desataram a determinar assédios, homofobias, racismos e questões de género. Tal como no passado: os meios justificam o seu fim na hora de provar que ainda existe quem não concorde com as suas regras. Ou que não manifestando uma discordância directa às vezes acusa num comentário à hora do café ou no intervalo de uma reunião que algum recanto do seu cérebro ainda precisa de mais um pouco de doutrina.”  [...]
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“É um erro fatal acreditar que basta ignorar esta gente para não se ser afectado pelo seu zelo inquisitorial: o que comemos, bebemos, vestimos, as palavras que ensinamos aos nossos filhos e os brinquedos que damos aos nossos netos, tudo é pretexto para que imponham as suas teses e executem a sua engenharia social.
Mais, são eles quem decide o que se pode ou não discutir.
Durante anos trataram depreciativamente como dramas de faca e alguidar o que depois fizeram uma causa sua: a violência doméstica. Agora determinam que não se pode falar de questões de segurança: é populismo, dizem. Um dia farão dos assaltos às casas uma bandeira e logo toda a sociedade terá de ir a reboque do que de mais destrambelhado lhe ocorrer propor. No caso da família e do sexo foi precisamente isso que aconteceu: de início a luta pela igualdade entre homens e mulheres foi vista como um desperdício burguês porque a igualdade que contava e da qual decorriam todas as outras era a igualdade entre classes.” [...]

sexta-feira, 14 de julho de 2017

tomem nota! Fica para memória futura...

no início dos anos 80, o António Costa perdeu democraticamente as eleições para a Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa,
mas recusou a derrota e negou-se a entregar as instalações à lista vencedora!
...o que justificou uma intervenção musculada das autoridades!
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agradeço ao Telmo Correia que mo relembrou!


domingo, 9 de julho de 2017

uma “obra prima” da desinformação...

Desinformação ou Contra-Informação refere-se à acção, estratégia ou conjunto de recursos que visam a neutralizar ou dificultar o acesso à informação verdadeira (ou até à divulgação de informações falsas).
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 “.... em 2014, o Governo PSD/CDS liderado por Passos Coelho foi confrontado com uma exigência de mais dinheiro por parte dos accionistas da PPP. O executivo quis baixar em 30% os custos do SIRESP, mas só conseguiu cortar pouco mais de 9%. A comissão encarregada da renegociação não conseguiu encontrar provas documentais sobre as regras acordadas com o Governo anterior.” (SIRESP. Mais uma PPP a facturar à custa de dinheiro público)
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o texto integral desta noticia é uma “obra prima” do modo como “funciona” aquilo a que Cavaco Silva chamou de “tenebrosa máquina de propaganda do partido socialista”...
O modo como é escrito é um excelente de “desinformação”,
repare nestes exemplos:
“...em 2014, o Governo PSD/CDS liderado por Passos Coelho foi confrontado com uma exigência de mais dinheiro por parte dos accionistas da PPP. O executivo quis baixar em 30% os custos do SIRESP, mas só conseguiu cortar pouco mais de 9%” (aqui o uso do “mas” corta o efeito e desvia a atenção do leitor da verdadeira informação).
Melhor ainda quando separar deste, o período que se segue:
“A comissão encarregada da renegociação não conseguiu encontrar provas documentais sobre as regras acordadas com o Governo anterior.”
(quem é que se irá lembrar que o “governo anterior” teve dois MAI, quando no texto apenas é citado o Rui Pereira e que o contrato foi negociado e assinado pelo António Costa?)
Reparem também nesta “pérola” onde se oculta o nome do actual presidente do conselho:
o Governo de José Sócrates acordou com accionistas desta parceria público-privada (PPP) várias alterações ao contrato inicial mas sem provas documentais de que tenham sido legalmente assinadas.
e nesta, onde se oculta o António Costa e se responsabiliza o seu sucessor:  

As medidas terão sido negociadas com o então ministro da Administração Interna, Rui Pereira mas não foi encontrada qualquer autorização formal nos arquivos do Estado.” 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

...e, na AR, foi com “os dentes todos”

Quais foram, exactamente, os gastos que ficaram por fazer no ano passado, por causa das cativações? E em que ministérios? Estas perguntas foram repetidas pelos deputados da Assembleia da República, durante a audição do ministro das Finanças, esta quarta-feira.
No Parlamento, o Centeno remeteu a resposta para a Conta Geral do Estado, mas consultado o documento, não é fácil encontrar as verbas que acabaram por ser cortadas. São mais de 350 paginas de relatório! Apesar disto, por obrigação de oficio, os deputados tinham obrigação de as ter lido e, ao que dão a entender não o fizeram.
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Como a mentira tem perna curta afinal o Centeno não faz "orçamentos retificativos"  mas faz cativações.
É um truque.
O Centeno faz um orçamento amigo dos serviços, [...] mas a seguir vai cativando, isto é, vai retendo uma parte considerável do dinheiro. E fá-lo à revelia da Assembleia da República.
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mas

alguns jornalistas (poucos) e muitos comentadores (os das “redes sociais de direita”) foram à Conta Geral do Estado e fizeram contas 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

para a história triste de Lisboa ...

Era preciso saber mais, muito mais, sobre o plano de gestão camarária de Almeida Correia  (que em Lisboa usa o nome de Fernando Medina) para os próximos tempos. [...]
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era vital que nos mostrasse caminhos em vez de impedir ruas e acessos;
era essencial que nos fizesse sentir todos cidadãos de primeira, e não habitantes de segunda ou terceira categoria.

Acima de tudo era fundamental que nos dissesse que nós, lisboetas, somos a sua primeira e última prioridade, pois hoje em dia facilmente nos sentimos estrangeiros na nossa cidade. Estrangeiros no sentido mais estranho do termo, note-se. Estrangeiros, como se fossemos nós os exóticos forasteiros e eles, os de fora, os verdadeiros e queridos moradores. 
( em “Nós, os estrangeiros” por Laurinda Alves)

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Para a história de Lisboa triste...

o Almeida Correia que em Lisboa usa o nome de Fernando Medina diz que precisa de todos nós, lisboetas, e encheu a cidade de cartazes de fundo branco, vazio, preenchido com duplas fotografias de apoiantes emparelhados, cujos ombros se sobrepõem e diluem no efeito gráfico das cores nacionais justapostas, como que a criarem a ilusão patriótica de que uns não existem sem os outros. [...]
o Almeida Correia (que em Lisboa usa o nome de Fernando Medina) não aparece nos cartazes, mas sabemos bem o que grita dia após dia aos lisboetas de Lisboa: vâo-se embora! Não têm lugar aqui, na cidade onde trabalham e moram. Lisboa é para os turistas e para os ‘da noite’. Ponto.
[...]
mas os lisboetas, esses, ficaram sem casas com rendas acessíveis, sem faixas de rodagem nas estradas onde precisam mesmo de circular, sem lugares para estacionamento e sem transportes públicos eficientes.

( em “Nós, os estrangeiros” por Laurinda Alves)

domingo, 2 de julho de 2017

deixemo-nos de fantasias! A realidade é outra!

O que aconteceu com o paiol de Tancos foi realizado por quem sabe e tem capacidade para o fazer, não olhando a meios, incluindo, muito provavelmente, a eliminação de quem, eventualmente, se lhes opusesse. Poder-se-á aventar a hipótese que, se por acaso, a ronda militar apanhasse em flagrante este grupo, muito provavelmente seria neutralizada ou até eliminada. E sabem porquê? É que as sentinelas nos nossos quartéis andam sem carregadores municiados nas armas e apenas dispõem de um outro, nas cartucheiras, com poucos cartuchos e lacrado. Em resumo: não podem defender as instalações que lhes são confiadas e mesmo que o queiram: retirar o carregador vazio, deslacrar o que levam na cartucheira, colocá-lo na arma e disparar é uma impossibilidade, porque antes - já foram "desta para melhor".
E isto a que é devido? A uma directiva política que proíbe os militares de defenderem o que é da sua responsabilidade. Não têm cobertura legal e, por conseguinte, há uma ausência de regras de empenhamento conformes que lhes dêem a capacidade de serem oportunos no cumprimento da a sua missão com eficiência e eficácia. Assim, actualmente, se uma sentinela, no exercício da sua missão, disparar a sua arma em defesa do pessoal, das instalações ou do material que lhe estão confiados, uma coisa é certa: está metido numa encrencada que pode resultar na sua prisão e pagar grossa indemnização ao(s) "coitado(s)" de um ou mais assaltantes.

( por Coronel António Feijó in  "DEIXEMO-NOS DE FANTASIAS")