sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

a próxima avaliação a Portugal agendada para 29 de Abril

Estamos continuamente a monitorizar os desenvolvimentos em Portugal para avaliar se deve haver, ou não, quaisquer ajustamentos aos ratings
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a DBRS é, para Portugal, a agência mais importante de todas, por duas razões:
Financiamento dos bancos. É graças ao rating acima de lixo da DBRS – o único – que os bancos podem apresentar dívida pública portuguesa como garantia para receberem financiamento do BCE e, sem esse rating, os bancos ficariam relegados à plataforma de emergência que usa o Banco de Portugal como intermediário (como está a acontecer desde Fevereiro na Grécia).
Compra de dívida pública. É, também, graças a esse rating que o BCE pode incluir a dívida pública portuguesa no programa de compra de títulos que está a decorrer há quase um ano e que tem tido um impacto enorme na redução dos juros de todos os países da zona euro (exceto a Grécia, que continua de fora). 
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Sem o rating da DBRS, só um novo resgate garantiria a continuação da elegibilidade para o programa drenagem que o BCE está a fazer no mercado.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

a vantagem de não depender “deles”!



Alexandre Soares dos Santos em entrevista a SIC Notícias (27.01.2016)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

uma interessante análise...


O virar de página de que Costa tanto fala está longe do fim do capítulo…

“…agora que as presidenciais estão resolvidas, o Orçamento do Estado tornou-se a coqueluche da política portuguesa. O Governo apresenta um documento onde já cede aBruxelas, fazendo descer o défice. Mas aComissão Europeia, a exemplo do Conselho de Finanças Públicas liderado por Teodora Cardoso, não está muito convencida. Para já, enquanto só têm o rascunho do documento, existe aquele silêncio que pode anteceder tempestades ou… nada. Ao mesmo tempo, otribunal de contas europeu diz que a crise foi mal combatida em países como a Irlanda ePortugal.
Diferente são as velhas senhoras, as agências de rating. A Moody’s não vai no nosso otimismo e a Fitch ameaça mesmo cortar orating da República o que pode ter consequências se a DBRS, a agência canadiana que nos mantém em nível BBB (acima de lixo), decidir baixar também a nossa classificação. Nesse caso, o BCE não poderia continuar a financiar os bancos portugueses, o que teria consequências graves na economia. E ainda hoje chega a troika para mais uma avaliação que levará em conta o muito que foi revertido, diz o 'Diário Económico' enquanto o 'Público' elenca nove temas em que pode haver discussão. Suspense...
Se não está a perceber bem o que se passa, não se preocupe demasiado, é o que acontece a quase todos, economistas e técnicos incluídos. Se acha que nos estão a tramar, leia o que diz João Galamba do PS ou os dirigentes do PCP e veja se concorda com eles. Caso pense que o Governo está a dar cabo de tudo, junte-se aMaria Luís ao PSD e ao CDS e faça coro (Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS em périplo pelo país, propôs, em Leiria, umOscar de melhor ficção para Costa e Centeno).. Se é tão desconfiado quanto eu, saiba que este Governo, a exemplo de todos os anteriores neste século, se propõe cortar 600 milhões de euros em… gorduras do Estado. E, como se sabe, alguns impostos (combustíveis, tabaco, selo) vão aumentar, tal e qual como fizeram todos os Governos que prometeram não os aumentar – que foram mesmo todos. O último Executivo, que tinha quase prometido devolver uma parte cobrada, também não devolve. A ex-ministra Maria Luís lamenta. A este respeito, destaque para a manchete do 'Público': "Multas e taxas cobradas pelo Estado cresceram 50% nos últimos 5 anos". Seria um excelente número se não fosse o facto de serem os contribuintes a pagá-las. (por Henrique Monteiro no Expresso Curto)


O certo, certinho é ainda termos crise e austeridade para uns tempos largos. O virar de página de que Costa tanto fala está longe do fim do capítulo

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

forum económico mundial

“Sabemos que há um Davos público, diferente do Davos privado. E é no Davos privado que os assuntos são verdadeiramente debatidos, não no Davos público”
Este Davos secreto é feito de encontros discretos em hotéis de luxo ou em pequenas salas de reuniões nos corredores de um Palácio dos Congressos com segurança reforçada…

Assunção Cristas. Para mais tarde recordar!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O novo PREC (Processo de Reversão Em Curso)

A prazo, com a inevitável subida das taxas de juro, voltaremos a chamar uma troika para nos salvar, tal como em 1983 tivemos de chamar novamente o FMI, quatro anos depois do fim do primeiro resgate.
E voltarão a dizer-nos que, quando estávamos no bom caminho, veio uma crise internacional e lixou tudo.
Infelizmente, [com a “saída limpa”] ao contrário do que sucederia com um programa cautelar formal, deixámos de ter quem nos vigiasse, estabelecesse limites e impusesse um caderno de reformas a fazer.
O governo anterior agradeceu e, a partir de 2014, trabalhou para ganhar as eleições, ao mesmo tempo que passava uma imagem de responsabilidade. Ou seja, o governo andou em campanha durante pelo menos um ano.
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Ironicamente, é agora o governo de Costa que beneficia da margem de manobra que este “programa cautelar” do BCE lhe dá. Mas em vez de usar a usar para corrigir o que tem de ser corrigido, indo mais longe onde é possível, como no ataque às rendas das PPP e de alguns monopólios e oligopólios, limita-se a andar para trás, criando todas as condições para que o passado recente se repita.
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Em vez de prudência, o governo de Costa dá-nos um PREC (Processo de Reversão Em Curso) apressado:
Num só ano, reverte (parcialmente) a sobretaxa de IRS. Reverte o horário de trabalho da função pública. Reverte os cortes salariais na função pública. Reverte privatizações (ainda por cima, de empresas que davam imenso prejuízo). Reverte o IVA na restauração. Reverte metade da Contribuição Extraordinária de Solidariedade, que já só se aplicava a pensões acima de 4500€. Mais grave, reverte a discussão que se começava a fazer sobre a sustentabilidade da Segurança Social..
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É possível que tudo corra bem. Que as taxas de juro continuem baixíssimas por muito tempo. Que o baixo preço do petróleo continue a ajudar as nossas contas externas. Que os nossos parceiros cresçam tanto que queiram comprar ainda mais o que produzimos. 


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"justificar" as chorudas pensões que vão ganhar quando de lá sairem…

…o Constitucional invocou princípios constitucionais, importa perguntar onde fica o princípio da igualdade. É que os ex-políticos não fizeram descontos que justifiquem, nem de longe nem de perto, as pensões que recebem. Ao contrário do português comum que tem de se "matar" durante uma vida de trabalho para conseguir uma magra pensão.
se calhar os juízes do Constitucional estão a criar as condições para "justificar" as chorudas pensões que vão ganhar quando de lá saírem

Trinta deputados que “nós” elegemos subscreveram pedido de fiscalização junto do Tribunal que nos vai obrigar a desembolsar mais de 15 milhões de euros. A lista integra:
do PS
Alberto Costa, Alberto Martins, Ana Paula Vitorino, André Figueiredo, António Braga, Celeste Correia, Fernando Serrasqueiro, Idália Serrão, João Barroso Soares, Jorge Lacão, José Junqueiro, José Lello, José Magalhães, Laurentino Dias, Maria de Belém Roseira, Miguel Coelho, Paulo Campos, Renato Sampaio, Rosa Maria Albernaz, Sérgio Sousa Pinto e Vitalino Canas.
e do PSD

Arménio Santos, Carlos Costa Neves, Correia de Jesus, Couto dos Santos, Francisco Gomes, Guilherme Silva, Hugo Velosa, João Bosco Mota Amaral e Joaquim Ponte.

domingo, 17 de janeiro de 2016

acabou a austeridade?

Os contribuintes vão ter uma factura de 11 mil milhões de euros a mais para que possa ser reduzida ou eliminada a austeridade pós-resgate da troika!
porque, diz a UTAO:
«Ao invés de um défice abaixo dos 2% do PIB no final de 2016, o Executivo de iniciativa socialista já aponta para um deslize de 2,8% nas contas, um valor que obriga Portugal a aumentar os níveis de endividamento em cerca de dois mil milhões de euros.
Este "ajustamento", que contraria o previsto e proposto pelo anterior Governo de Coligação é aparentemente “mais suave” mas vai repetir-se em 2017, 2018 e 2019, tornando “necessário financiar o Estado em cerca de mais nove mil milhões de euros do que o previsto em Outubro de 2015”».
Como diria o Pinto de Sousa "a divida pública nunca é paga...é para ir pagando".
Assim prevejo que, se aprovado este OE2016, no próximo ano teremos um governo a comunicar-nos que precisamos de mais dois milhões e por isso a dívida ( e o controlo da UE) vai passar o 2020...2021, etc... 
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mas olhando para o que dizem e escrevem muitos dos comentadores e jornalistas (a que temos direito!) até parece que o "virar a página às políticas de austeridade" do Inominável Costa, é uma verdade insofismável…

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

uma factura que pode chegar aos 3,6 mil milhões de euros.

Porquê?
Quem pagou a maior parte da intervenção no BES foi a banca – e as novas regras europeias ditariam o mesmo para o caso Banif, se este governo o tivesse vendido após 1 de Janeiro. António Costa vendeu o Banif à pressa no Natal para proteger a banca e oferecer a maior factura aos contribuintes: uma factura que pode chegar aos 3,6 mil milhões de euros.
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“Este é um caso inédito na história financeira portuguesa. Deve-se fazer uma investigação judicial a todo o processo de venda do Banif e comparar as alternativas que existiam”,

“No final de Novembro foi aberto um concurso para a venda da posição do estado (60,5%) no Banif – através de uma operação desenhada pelo próprio BdP – por ser necessário encontrar um investidor que o capitalizasse. Tivemos vários interessados e conseguimos quatro propostas válidas, que seriam apresentadas na semana de 13 a 18 (de Dezembro).” Mas no dia 13 à noite tudo mudou: a TVI anunciou na televisão, no seu site e em várias redes sociais que estava “tudo preparado para o fecho do Banif”.


“Marcelo pode perder tudo, por querer ganhar tudo”

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

(o que devemos reter de 2015) para perceber 2016

O fracasso da estratégia de Obama de olhar para o lado
O resultado foram mais guerras, mais atentados e a maior vaga de refugiados a atingir a Europa ocidental. Finalmente, Obama mandou os aviões. O próximo presidente enviará a infantaria. E veremos o que fará perante a desordem entre a Arábia Saudita e o Irão. 
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O futuro nem sempre é tropical.
Durante alguns anos, enquanto os EUA e a Europa ocidental patinavam na crise da dívida, o futuro pareceu residir entre bambus e coqueiros.
Alguma coisa podia correr mal? Podia. 
O Brasil, Angola, e a Venezuela – a trilogia das nossas esperanças pós-europeias de há uns anos atrás — tremeram. A nova classe média brasileira começou a ser comprimida pela inflação e pelos impostos
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Os populismos ocidentais.
Na Europa e nos EUA, porém, os populismos xenófobos estão em ascensão. Já governam na Hungria e na Polónia, afectam a governação no norte da Europa, e progridem nas eleições em França e Inglaterra. Donald Trump representa a tendência nos EUA. Em comum, têm o repúdio da globalização (migrações, quaisquer formas de cooperação ou de integração económica), e o culto de Vladimir Putin. No Reino Unido, os populistas terão em breve o referendo sobre a UE. 
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A esquerda não deixa governar, mas também não governa.
António Costa, o PCP e o BE conseguiram impedir o PSD e o CDS de governar. Mas não conseguem governar eles próprios, a não ser para aumentar a despesa. O governo chefiado pelo grande derrotado das eleições de 4 de Outubro terá de negociar com toda a gente, a todo o momento. Temos o governo mais fraco deste regime. Não pensemos em reformas para propiciar o investimento e viabilizar o Estado social.
Tal como a Grécia, Portugal só mudará sob pressão. A crise é o novo modo de governo em países incapazes de se reformarem.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Assim vai a “geringonça”…



Para mais tarde recordar...

Marcelo Rebelo de Sousa: Será o próximo Presidente da República. E será o mais activo e intervencionista de todos os Presidentes. Desde Mário Soares, será o único Presidente sem nunca ter exercido funções executivas antes de chegar a Belém. Alem disso, sobretudo se ganhar na primeira volta, terá uma legitimidade política muito mais forte do que Costa. Nunca São Bento foi tão pequeno em comparação com Belém. E Rebelo de Sousa é um homem de poder.

Futuro líder do CDS: Não será nada fácil substituir o líder, Paulo Portas, de maior sucesso na história do CDS. O título de “candidato de Portas” será um presente envenenado e por isso deve ser rejeitado. As leis do poder exigem que o novo líder se afaste imediatamente do anterior. A viragem a esquerda da política nacional – com o PS aliado à extrema-esquerda e o PSD empenhado em ocupar o centro – dá alguma margem de crescimento ao CDS.

Pedro Passos Coelho: A candidatura de ‘centro-esquerda’ de Rebelo de Sousa torna Passos Coelho o líder da direita em Portugal. Acredita que voltará a São Bento e está preparado para passar dois anos a liderar a oposição. Rebelo de Sousa gostaria de o afastar da liderança do PSD, mas será difícil encontrar um rival à altura. Após os terríveis anos da ‘austeridade’, terá que se reinventar como líder político e preparar um programa político reformista para Portugal. E não há tempo a perder porque as eleições poderão ser em Outubro.

António Costa: Entre a extrema-esquerda e a Europa, vai tentar dar dinheiro aos portugueses para subir nas sondagens. Sabe que precisa de ganhar umas eleições e, se acreditar que será possível vencer, provocará uma crise politica para ir a eleições no final do ano. Se ganhar, tentará formar um governo de bloco central para provar que o PS é o partido indispensável da democracia portuguesa. Mas depois da campanha desastrosa para as últimas eleições, pensará duas (ou três) vezes antes de ir a votos.

Jerónimo de Sousa: Chegará ao fim de 2016 como líder do PCP? Juntamente com Costa, o líder comunista constitui a maior ameaça à sobrevivência da coligação das esquerdas. O PCP irá escolher friamente e sem quaisquer escrúpulos o momento que lhe convém para ir a votos. Ultrapassar o BE será uma obrigação para Jerónimo de Sousa ou para um outro futuro líder comunista. E quanto mais cedo, melhor.

Catarina Martins: Será a maior defensora do governo do PS e tudo fará para que se cumpra toda a legislatura. O BE é o partido que tem menos interesse em ir a votos. Sabe que Costa só irá a votos quando estiver convencido que reduzira o BE aos 5%. E precisa de quatro anos para consolidar o poder do BE nas estruturas do Estado. O BE decidiu que quer ser um partido de poder. O protesto é bonito, mas não chega.