domingo, 3 de janeiro de 2016

Para mais tarde recordar...

Marcelo Rebelo de Sousa: Será o próximo Presidente da República. E será o mais activo e intervencionista de todos os Presidentes. Desde Mário Soares, será o único Presidente sem nunca ter exercido funções executivas antes de chegar a Belém. Alem disso, sobretudo se ganhar na primeira volta, terá uma legitimidade política muito mais forte do que Costa. Nunca São Bento foi tão pequeno em comparação com Belém. E Rebelo de Sousa é um homem de poder.

Futuro líder do CDS: Não será nada fácil substituir o líder, Paulo Portas, de maior sucesso na história do CDS. O título de “candidato de Portas” será um presente envenenado e por isso deve ser rejeitado. As leis do poder exigem que o novo líder se afaste imediatamente do anterior. A viragem a esquerda da política nacional – com o PS aliado à extrema-esquerda e o PSD empenhado em ocupar o centro – dá alguma margem de crescimento ao CDS.

Pedro Passos Coelho: A candidatura de ‘centro-esquerda’ de Rebelo de Sousa torna Passos Coelho o líder da direita em Portugal. Acredita que voltará a São Bento e está preparado para passar dois anos a liderar a oposição. Rebelo de Sousa gostaria de o afastar da liderança do PSD, mas será difícil encontrar um rival à altura. Após os terríveis anos da ‘austeridade’, terá que se reinventar como líder político e preparar um programa político reformista para Portugal. E não há tempo a perder porque as eleições poderão ser em Outubro.

António Costa: Entre a extrema-esquerda e a Europa, vai tentar dar dinheiro aos portugueses para subir nas sondagens. Sabe que precisa de ganhar umas eleições e, se acreditar que será possível vencer, provocará uma crise politica para ir a eleições no final do ano. Se ganhar, tentará formar um governo de bloco central para provar que o PS é o partido indispensável da democracia portuguesa. Mas depois da campanha desastrosa para as últimas eleições, pensará duas (ou três) vezes antes de ir a votos.

Jerónimo de Sousa: Chegará ao fim de 2016 como líder do PCP? Juntamente com Costa, o líder comunista constitui a maior ameaça à sobrevivência da coligação das esquerdas. O PCP irá escolher friamente e sem quaisquer escrúpulos o momento que lhe convém para ir a votos. Ultrapassar o BE será uma obrigação para Jerónimo de Sousa ou para um outro futuro líder comunista. E quanto mais cedo, melhor.

Catarina Martins: Será a maior defensora do governo do PS e tudo fará para que se cumpra toda a legislatura. O BE é o partido que tem menos interesse em ir a votos. Sabe que Costa só irá a votos quando estiver convencido que reduzira o BE aos 5%. E precisa de quatro anos para consolidar o poder do BE nas estruturas do Estado. O BE decidiu que quer ser um partido de poder. O protesto é bonito, mas não chega.