quinta-feira, 31 de maio de 2018

os jornalistas não perguntam, a oposição não se opõe...

...quando desde o mais analfabeto dos agricultores, ao mais qualificado dos doutorados portugueses que lidam minimamente com plantas, sabem, e dizem, que isso dos matos não vai lá com intervenções únicas que se somam no espaço, o Governo não só fez aprovar legislação absurda (pretender que as ervas não tenham mais de vinte centímetros, ao longo do ano, é pretender que se ande com um corta relvas, por meio país, todos os meses, mais ou menos como se faz nos campos de futebol, embora com mais frequência, um exemplo que uso por me parecer o único contacto que muitos dos que decidem sobre o assunto terão com a gestão da vegetação), como insiste nesta cantilena sem pés nem cabeça.
E como é isto possível?
Simples, não há qualquer custo político em dizer coisas absurdas porque os jornalistas não perguntam, a oposição não se opõe (nesta matéria, aliás, há um enorme consenso político no sentido de se gerir os espaços não agrícolas esquecendo a realidade), os que sabem cansaram-se e a generalidade da população estará minimamente satisfeito com o "faz-se o que se pode, coitados, ao menos alguma coisa melhorará, se não se fizer nada é que é pior". (in  Não temos salvação” por Henrique Pereira dos Santos)

Merkel e a esquerda de Ontem e d'Hoje!

para o estudo dos vira-casacas (talvez pelos académicos coimbrões e similares?)
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ia-me saindo, por vira-casaca, “vira-latas” agora emudecidos e esquecidos de quando e quanto bramiam em 2012:
“...não fosse ela vista como a autora moral do garrote financeiro que asfixia as contas do Estado e inferniza a vida dos portugueses” e mandavam recados:
- «Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães. Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos a dívida” e se o fizermos “as pernas dos banqueiros alemães até tremem”. » (autor desconhecido)
- "Não sei o que o seu pai lhe diria, mas, por mim, acho isto muito pouco cristão" (Eurico Reis, Juiz)
- "Senhora Merkel, aprenda com este povo solidário a solidariedade de que a Europa precisa" (Vítor Melícias, Padre)
- "Frau Merkel: Roubar é crime! Nuremberga pode julgar-te!" (Mário Nogueira, FENPROF)  
- "Que pegue na vassoura e siga para bem longe!" (DJ Poppy)
- "Não faça ao povo português aquilo que não gostaria que fizessem ao povo alemão" (Arménio Carlos, Líder da CGTP)
- "Sinta a casa como se fosse sua. Em boa verdade, mais cedo ou mais tarde, ela será" (Edson Athayde, Publicitário)
- "Seria mais proveitoso se fizesse mais na cama aquilo que está a fazer à Europa" (Vânia Beliz, Sexóloga)
- "[A Alemanha] de tempos em tempos dá-lhe para controlar a Europa " (São José Correia, Actriz) "Angela, nunca se esqueça do passado e tenha cuidado com a nossa humanidade" (Jorge Palma, Músico)
- "A austeridade cega levará à instabilidade social, à qual os polícias não são alheios"
(Paulo Rodrigues, ASPP-PSP)
- "‘Schweinerei' [Porcaria]! Não é bem-vinda a minha casa (...) O momento não está para delicadezas" (Rui Reininho, Músico)
- "Que tenha piedade de nós, sobretudo dos que ganham pouco" (Vanessa Oliveira, Apresentadora de TV) - "Que a sra. Merkel pense e construa (...) uma Europa que seja equilibrada e justa entre os seus membros" (Américo Guerreiro, Publicitário)
- "É preciso saber ouvir (...) caso contrário, nem o sexo nos salva!" (Marta Crawford, Sexóloga)
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mas há mais, muito mais: AQUI

Em 2012, Merkel visitou Portugal.

O BE viu nessa visita uma provocação e exigiu “que o Governo apresente contas sobre o custo financeiro para os contribuintes das medidas de segurança que o Governo está a preparar
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Pelas paredes surgiram pinturas de fino recorte e em frente à AR houve manifestações.
Os activistas do costume fizeram uma carta aberta contra a vinda de Merkel a Portugal
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Fizeram-se inquéritos com as respostas do costume:

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Em 2018 a esquerda está no poder. 
Os protestos desapareceram. 
A austeridade continua mas agora como a amêijoa é da boa.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Isto é que é um CV: “Somos amigos. Dou-me bem com ele e gosto muito dele”.

O ministro Adjunto Pedro Siza Vieira
abriu uma empresa imobiliária um dia antes de ir para o Governo (o que é uma audácia),
fez-se sócio-gerente (o que é uma cegueira),
entrou em incompatibilidade (o que é uma imprudência),
corrigiu a situação algum tempo depois (o que é um atraso),
recusou dar explicações totais sobre o caso (o que é uma insensatez) e, finalmente,
foi resgatado pelo primeiro-ministro, que assegurou no parlamento que se tratou apenas de um lapso.
mas
o Pedro Siza Vieira
foi “Professor Convidado da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e da Universidade Nova de Lisboa”,
foi “formador em pós-graduações e cursos promovidos por diversas instituições”,
foi sócio de duas grandes sociedades de advogados,
“integrou as listas de árbitros” de inúmeros centros de arbitragem jurídica e
“integrou vários grupos de trabalho responsáveis pela elaboração de anteprojetos legislativos”.
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Tudo isto é o seu currículo, mas nada disto é o currículo que conta.

Há uns meses, Pedro Siza Vieira fez uma declaração ao Expresso sobre António Costa que é a chave da sua existência — e da sua sobrevivência — política: “Somos amigos. Dou-me bem com ele e gosto muito dele”. (in “Para os amigos, tudo. Para os inimigos, a lei” por Miguel Pinheiro)

para memória futura!


sábado, 26 de maio de 2018

o PS tornou-se instrumento de “corruptos e criminosos” ?

A eurodeputada socialista Ana Gomes afirmou sábado, 21 de Abril, através do Twitter que “o PS não pode continuar a esconder a cabeça na carapaça da tartaruga“ e diz que o “próximo Congresso” do PS, que se realiza de 25 a 27 de Maio, é uma “oportunidade para escalpelizar como [o PS] se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos.
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VAI FICAR A FALAR SOZINHA
Ou então colocam-lhe as malas à porta num convite aberto para desamparar a loja.
Uma coisa é certa: o PS não está interessado em debate algum sobre a sua regeneração. Basta, aliás, ver como José Sócrates continua a ser protegido com silêncios e omissões, ou mesmo por palavras e actos. (Paulo Gorjão)
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fiquei à espera...

trapalhadas, lapsos e percalços...

Entre dois aumentos nos preços dos combustíveis, lá irrompe um ministrozinho qualquer metido em trapalhadas, perdão, “lapsos”, perdão, “percalços”.
Desta vez, foi um tal Vieira, que alegadamente é jurista, a desconhecer as “incompatibilidades” do cargo e da praxe.
[e um Costa aproveitou para esconder as dele!]
É impressionante como os socialistas exibem uma ignorância tão vasta em todos os domínios terrestres e, não obstante, conseguem acumular pequenas fortunas pessoais e, para cúmulo, governar tão bem.

(uma boa) introdução ao Marxismo Gramsciano


já recebeu o subsídio da viagem do fim de semana?

Deputados, residentes nos Açores e Madeira, acumulam compensação do Parlamento com reembolso dos bilhetes das viagens. Um deles é Carlos César. Deputados dizem que é legal.
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O PSD requereu hoje que a Subcomissão de Ética se pronuncie “com caráter de urgência” sobre a eventual duplicação de apoios pagos a deputados eleitos pelos Açores e Madeira.
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Ferro Rodrigues, declarou hoje que os deputados das regiões autónomas "não infringiram nenhuma lei nem nenhum princípio ético, nem nesta nem em qualquer legislatura", relativamente às despesas de deslocação.
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A subcomissão de Ética vai interpretar a resolução do parlamento que regula os apoios às viagens dos deputados das regiões autónomas e a legislação do subsídio de mobilidade dos residentes insulares e pronunciar-se sobre uma eventual alteração legal.

além do direito ao subsídio de fim de semana também acumulam milhas?

quarta-feira, 23 de maio de 2018

ranking dos combustíveis mais caros


- em 42 só 7 têm a Gasolina mais cara,
- em 42 apenas 15 têm o Gasóleo mais caro e
- em 32 somente 10 tem o GPL mais caro


terça-feira, 22 de maio de 2018

in memoriam

Nos anos 1940 parece não haver melhor lugar no mundo para ser judeu do que os Estados Unidos. Mas quando Franklin D. Roosevelt, ao tentar reeleger-se para um terceiro mandato, perde para Lindbergh, o cenário se torna sombrio. O aviador é um ardoroso defensor da Alemanha nazista, um homem para quem os Estados Unidos deveriam se defender da diluição nas raças estrangeiras.

O que teria acontecido nos E.U.A. e no mundo se o célebre aviador de ideias anti-semitas, Charles Lindbergh, se tivesse apresentado às eleições em 1940 e tivesse derrotado Franklin Roosevelt? Partindo deste cenário hipotético, Philip Roth conta o que foi para a sua família e para um milhão de famílias judias em todo o país, a vida durante os anos ameaçadores da presidência de Lindbergh.  Num discurso transmitido pela rádio à escala nacional, Lindbergh não só tinha acusado publicamente os judeus de empurrarem egoistamente a América para uma guerra sem sentido com a Alemanha nazi, mas também, ao tomar posse como trigésimo terceiro presidente dos Estados Unidos, negociara um pacto cordial com Adolfo Hitler, cuja a conquista da Europa e cuja virulenta política anti-semita ele parecia aceitar sem dificuldade.

domingo, 20 de maio de 2018

como uma certa elite chega a elite...

«Há um "modus operandi" na forma como uma certa elite chega a elite. É gente que traz pouco de trás, permitam lá a cacofonia, que subiu nos redemoinhos das jotas, a manobrar e a vergar desde cedo, que cresce nos urros das claques, nos gabinetes ministeriais ou institucionais, numa certa forma de dobrar as costas quando posta a mesa. A olhar o prato com medo que fuja. Parecem subservientes. Serventes. Mas não. São perigosos. Porque há um dia em que tomam conta da mesa. Na política. Nas empresas. Nas instituições. Da bola, às associações». (in “Violência subterranea” por Domingos De Andrade)

sábado, 19 de maio de 2018

também acumulam milhas?

dizem que é legal !


Deputados, residentes nos Açores e Madeira, acumulam compensação do Parlamento com reembolso dos bilhetes das viagens. 

Um deles é Carlos César. 

sexta-feira, 18 de maio de 2018

uma centena deles e delas para mais tarde recordar

Conversas pelo país conduzidas por Bernardo Mendonça com as mais variadas personagens que contam histórias maiores do que a vida.
Ou tão simples como ela pode ser...
e

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Agora é que querem chamar a polícia?

Durante anos e décadas, os evidentes crimes que existem no mundo do futebol foram escondidos e protegidos por políticos engravatados, por responsáveis engravatados e por comentadores engravatados.
Hoje, quando tudo se tornou insustentável, estão a tremer de medo, como sempre. Incapazes de enfrentar clubes e adeptos, fazem de conta que não é nada com eles e dizem, virginais, que o melhor é chamar a polícia. [...]
Eis o novo mantra da nossa intelligentsia futebolística:
“À Justiça o que é da Justiça, ao desporto o que é do desporto”. Onde é que já ouvimos isto? [...]
 “Não são adeptos do desporto”? Claro que são. “Não é um caso desportivo”? Claro que é. “O futebol não é isto”? Claro que é. O ponto, aliás, está precisamente aí: o que está em causa neste momento é aquilo em que se transformou o futebol português — numa república independente onde não há lei nem punição, onde só há deslumbramento e subserviência.
Basta olhar para a nossa classe política:
o primeiro-ministro e os ministros aparecem, inchados, nas bancadas presidenciais dos estádios;
os deputados, submissos, recebem os presidentes dos clubes no parlamento;
os presidentes de câmara, solícitos, entregam as sedes dos municípios às equipas que vencem campeonatos;
os políticos no activo, excitados, participam em debates na televisão que competem com circos.

(in “Agora o futebol quer chamar a polícia?” por Miguel Pinheiro)

domingo, 13 de maio de 2018

...colonizaram o espaço público!

O que temos aqui não é um mistério: é apenas uma nova demonstração de que, no nosso país, quem domina o Estado domina a opinião. Ora, nenhum outro grupo, no actual regime, mandou tanto tempo no Estado como os actuais dirigentes do PS. Desde 1995, quase sempre no governo, que fazem e desfazem carreiras, negócios, e instituições. A pouco e pouco, colonizaram o espaço público com quem lhes deve emprego e estatuto. (in “O PS deu licença, já podemos ver, ouvir e falar” por Rui Ramos)
O que aconteceu em Portugal entre 2005 e 2011 foi demasiado grave para nos calarmos. A defesa da democracia portuguesa proíbe o silêncio.
Se alguém, na oposição se calar ou alinhar com a estratégia de Costa, tornar-se-á cúmplice dos maiores crimes políticos e económicos que se cometeram em Portugal desde o 25 de Abril. (in “Não foi só Sócrates, também foi o PS” por João Marques de Almeida)

sábado, 12 de maio de 2018

dizem que é legal !

é legal !

declarou o


Ferro Rodrigues, que os deputados das regiões autónomas "não infringiram nenhuma lei nem nenhum princípio ético, nem nesta nem em qualquer legislatura", relativamente às despesas de deslocação.

sábado, 5 de maio de 2018

dizem que é legal !

também podem acumular milhas?

ou

a subcomissão de Ética ainda não interpretou a resolução do parlamento que regula os apoios às viagens dos deputados das regiões autónomas ?


sexta-feira, 4 de maio de 2018

porque é que foram cúmplices?

Os que se calaram e exigiram silêncio a jornalistas e magistrados também são responsáveis por termos chegado aqui. 

Além de vergonha, não sentem peso na consciência?
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terça-feira, 1 de maio de 2018

geringonças que se limitam reciprocamente...


só o Venerando não percebe!
(bom! SExa, está bem acompanhado de comentadores télévisivos e jornalistas avençados...)
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“Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o impasse político em Portugal, perdeu-as certamente com o debate sobre o Pacto de Estabilidade na Assembleia da República. Foi um momento revelador. Todos os partidos, menos o PS, apresentaram propostas.
O resultado foi este:
o PSD e o CDS votaram contra as propostas do PCP e do BE,
o PCP e o BE votaram contra as propostas do PSD e do CDS, e
o PS votou contra todas.
Eis o retrato da situação política portuguesa. Ninguém tem força, a não ser para tirar força aos outros.
Em 2015, a geringonça formou-se para afastar o PSD e o CDS do governo. Mas de facto, houve sempre outra geringonça para reduzir a influência do PCP e do BE na actual maioria e 
o PS está no cruzamento destas geringonças que se limitam reciprocamente.”