A farmacêutica Medinfar desistiu de construir a unidade de produção de vacinas antigripais, que foi anunciada para Condeixa-a-Nova, numa cerimónia apadrinhada por vários membros do Governo, em Janeiro de 2006. O projecto transformava Portugal no décimo País do Mundo a produzir vacinas para a gripe, incluindo a variante humana da gripe das aves, mas foi abandonado pela empresa devido “a constrangimentos científicos e regulamentares”.
Segundo a farmacêutica, a decisão foi tomada na sequência de uma avaliação das “diferentes opções científicas e tecnológicas susceptíveis de serem utilizadas para a produção das referidas vacinas”. E de um estudo às “potenciais parcerias com entidades estrangeiras especializadas em biotecnologia”. Pesados os resultados, concluiu-se que as soluções “não apresentavam a consistência necessária à prossecução do projecto, quer do ponto de vista científico, quer regulamentar”, revelou a Medinfar.
O grupo Medinfar tinha assinado um acordo com a Agência Portuguesa de Investimento, para que o projecto fosse apoiado pelo Estado, ao abrigo do Plano Tecnológico do Governo. Na assinatura do protocolo estiveram presentes os ministros da Economia, Manuel Pinho, da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, e o ex-titular da pasta da Saúde, Correia de Campos.Se o projecto tivesse avançado, a fábrica ficaria concluída este ano, após um investimento de 27 milhões de euros. O objectivo seria a produção de 40 mil vacinas – por semana – contra a gripe sazonal, o que permitiria satisfazer 63 por cento das necessidades do mercado nacional.E Portugal ficaria menos dependente de fornecedores externos, caso venha a registar-se uma pandemia originada pela eventual mutação do vírus H5N1, responsável pela gripe das aves. Com esta desistência perderam-se também 45 novos postos de trabalho. CM Quarta-feira, 19 de Março de 2008