O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda José Sá Fernandes e os socialistas que com a sua ajuda governam a Câmara de Lisboa foram ontem alvo de violentos ataques verbais na reunião da autarquia, depois de terem forçado a implantação de 15 ventoinhas de produção de energia eólica em vários pontos da cidade, contra a vontade da maioria dos vereadores.Os autarcas do PSD abandonaram a sala em protesto, não sem antes se terem manifestado contra esta “ausência de regras democráticas” e este “enxovalho”. E não descartam a possibilidade de recorrerem a “outras instâncias”, embora não especifiquem quais, para se queixarem do sucedido.Apesar de as suas competências lhe permitirem levar o projecto por diante sem o submeter à votação dos restantes vereadores, Sá Fernandes optou por apresentar uma proposta nesse sentido na reunião de câmara. Quando percebeu que tudo se encaminhava para o chumbo do projecto, que só o PS aprova, optou, por sugestão do presidente da autarquia, António Costa, por retirar a proposta. Mas anunciou ao mesmo tempo que levará o projecto por diante, mesmo sem a concordância da maioria dos vereadores, uma vez que as suas competências lho permitem.
O ruído e o impacto visual das micro turbinas são as principais objecções à sua instalação, que será temporária, apenas entre Julho e Dezembro - e que servirá mais como campanha de sensibilização para as energias alternativas do que como real fonte de produção de energia eólica, uma vez que Lisboa não tem muitos locais onde a força do vento seja suficientemente elevada.O vereador Pedro Feist, do grupo Lisboa com Carmona, declarou que nos 32 anos que leva da autarquia lisboeta nunca viu “uma situação destas”, em que um vereador tenha passado por cima da vontade dos seus pares. Já Helena Roseta falou em “baixa democracia”. Sá Fernandes e os socialistas foram acusados de autoritarismo por toda a oposição. “Foi um episódio que pensei que jamais pudesse acontecer na Câmara de Lisboa”, observou o comunista Ruben de Carvalho, que vê a situação como “um claro desrespeito pela democracia”. O PCP ameaça desenvolver sobre o assunto “o mais enérgico protesto político, com todos os recursos” que tiver “à mão”. PUBLICO 26.03.2008 - 21h27 Ana Henriques
O ruído e o impacto visual das micro turbinas são as principais objecções à sua instalação, que será temporária, apenas entre Julho e Dezembro - e que servirá mais como campanha de sensibilização para as energias alternativas do que como real fonte de produção de energia eólica, uma vez que Lisboa não tem muitos locais onde a força do vento seja suficientemente elevada.O vereador Pedro Feist, do grupo Lisboa com Carmona, declarou que nos 32 anos que leva da autarquia lisboeta nunca viu “uma situação destas”, em que um vereador tenha passado por cima da vontade dos seus pares. Já Helena Roseta falou em “baixa democracia”. Sá Fernandes e os socialistas foram acusados de autoritarismo por toda a oposição. “Foi um episódio que pensei que jamais pudesse acontecer na Câmara de Lisboa”, observou o comunista Ruben de Carvalho, que vê a situação como “um claro desrespeito pela democracia”. O PCP ameaça desenvolver sobre o assunto “o mais enérgico protesto político, com todos os recursos” que tiver “à mão”. PUBLICO 26.03.2008 - 21h27 Ana Henriques