Não tenhamos dúvidas: não faltam profissionais da comunicação social disponíveis para adular um Governo e um primeiro-ministro que prometem ficar pelo menos até 2013. A atracção pelo poder talvez não atinja alguns jornalistas mais jovens, que seguiram uma vocação e alimentam ainda ingénuas ilusões, como pode não produzir efeitos nessa última geração de resistentes formados naquilo que Batista-Bastos definiu como a velha escola da notícia, nomeadamente nos que não almejam ou já renunciaram a uma carreira bem sucedida. Só o carácter ou a frustração nos tomam implacáveis com os poderosos.
Sigo o exemplo de Marinho Pinto e não concretizo. Mas basta um olhar atento sobre a matéria publicada para se descobrir quem rega a rosa. Até porque existe uma interessante estratégia socialista que tem proporcionado excelentes resultados: a da antecipação das tempestades, trazendo para a opinião pública já hoje, propositadamente distorcida e com um enfoque mais doce, a bomba que se descobriu ir rebentar amanhã. Enquanto uns investigam, outros, alertados pelos visados, atamancam a coisa e dão a versão romântica do problema. Chegar antes, para deitar poeira para os olhos e fazer uma barulheira que confunda os ouvidos, é o segredo da brigada das minas do PS.
Tiro o chapéu ao arquitecto deste monumento de contra-informação. Porque se não é difícil encontrar os papagaios de Sócrates, mais fácil ainda é descobrir os empenhados em fazer com que a rosa murche. São menos hábeis, por vezes tacanhos, e merecem que a máquina de propaganda ao serviço do poder retire impacto às suas campanhas de destruição em massa. Como a miserável perseguição feita ao ministro Correia de Campos, defendendo para isso hospitais e maternidades da treta, com bons profissionais e maravilhosas paredes, mas onde se morria por falta de qualidade técnica no socorro. Eles sabiam que mentiam e mentiram. Ou como a história dos mamarrachos da Guarda - iguais a milhares de outros espalhados por aí e que todos nós ampliamos na santa terrinha para lá caber a família inteira no convívio saloio - apresentados em fotos abundantes como se tivessem origem no mau gosto de José Sócrates.
Eles sabiam que mentiam e mentiram. Justificaram, assim, o soberbo contra-ataque da demagogia barata, tanto o que obriga os empresários que construíram o restaurante no alto do Parque Eduardo VII a entregá-lo ao Estado, a custo zero, como o que retira ao Casino Lisboa um edifício pelo qual pagou e pagou bem. Ou o do arraial dos 300 despachos numa noite, que foram, afinal, dúzia e meia de louvores. A guerra à classe política está aberta - e atrás dos canhões senta-se outra tropa, mais irresponsável e com menos vergonha. In Sábado 199 – Alexandre Pais
Sigo o exemplo de Marinho Pinto e não concretizo. Mas basta um olhar atento sobre a matéria publicada para se descobrir quem rega a rosa. Até porque existe uma interessante estratégia socialista que tem proporcionado excelentes resultados: a da antecipação das tempestades, trazendo para a opinião pública já hoje, propositadamente distorcida e com um enfoque mais doce, a bomba que se descobriu ir rebentar amanhã. Enquanto uns investigam, outros, alertados pelos visados, atamancam a coisa e dão a versão romântica do problema. Chegar antes, para deitar poeira para os olhos e fazer uma barulheira que confunda os ouvidos, é o segredo da brigada das minas do PS.
Tiro o chapéu ao arquitecto deste monumento de contra-informação. Porque se não é difícil encontrar os papagaios de Sócrates, mais fácil ainda é descobrir os empenhados em fazer com que a rosa murche. São menos hábeis, por vezes tacanhos, e merecem que a máquina de propaganda ao serviço do poder retire impacto às suas campanhas de destruição em massa. Como a miserável perseguição feita ao ministro Correia de Campos, defendendo para isso hospitais e maternidades da treta, com bons profissionais e maravilhosas paredes, mas onde se morria por falta de qualidade técnica no socorro. Eles sabiam que mentiam e mentiram. Ou como a história dos mamarrachos da Guarda - iguais a milhares de outros espalhados por aí e que todos nós ampliamos na santa terrinha para lá caber a família inteira no convívio saloio - apresentados em fotos abundantes como se tivessem origem no mau gosto de José Sócrates.
Eles sabiam que mentiam e mentiram. Justificaram, assim, o soberbo contra-ataque da demagogia barata, tanto o que obriga os empresários que construíram o restaurante no alto do Parque Eduardo VII a entregá-lo ao Estado, a custo zero, como o que retira ao Casino Lisboa um edifício pelo qual pagou e pagou bem. Ou o do arraial dos 300 despachos numa noite, que foram, afinal, dúzia e meia de louvores. A guerra à classe política está aberta - e atrás dos canhões senta-se outra tropa, mais irresponsável e com menos vergonha. In Sábado 199 – Alexandre Pais