sexta-feira, 21 de março de 2008

dos “off-shores” do Estado


No final de 2006, o Estado tinha 235 milhões de dólares (151 milhões de euros ao câmbio actual) investidos em off-shores, noticia esta sexta-feira o semanário Expresso.

Contactado pelo jornal, o Ministério das Finanças escusou-se a comentar.

"O Governo tem uma opção de fundo: pôs-se do lado dos mais fortes e dos mais poderosos, tanto no plano fiscal, como social e económico. Os trabalhadores não podem aceitar isto como uma inevitabilidade", afirma Jerónimo de Sousa que avança referindo “há uma contradição insanável nesta política, quando os benefícios fiscais dos ‘off-shores’ da Madeira aumentam dos mil milhões de euros para os 1790 milhões e depois se vai catar [dinheiro] às reformas mensais de 595 euros", acusou.

O BE considera que as transferências de dinheiro para off-shores deveriam ser todas comunicadas à administração fiscal "por uma questão de transparência", enquanto o Executivo socialista se inclina "para que só as operações que tenham por destino off-shores da chamada lista negra fiquem sujeitas a este regime. Ao que parece o Governo só investe nos de lista branca.

A respeito dos “off-shores” o governador do Banco de Portugal foi ouvido no parlamento. E disse aos deputados que o caso do BCP agora em investigação diz respeito às operações de 17 entidades sedeadas em paraísos fiscais, e não às já conhecidas duas dezenas de off-shores usadas para emprestar dinheiro aos membros do Conselho Superior do BCP e que serviam para comprar acções do próprio banco. Os prejuízos desta operação foram assumidos anos depois como perdas pela provisão criada pelo BCP no valor de 200 milhões de euros... mas não revelou os negócios do Estado!


Quanto é que cada português perdeu com este negócio?