segunda-feira, 21 de março de 2011

obrigado a repensar-me...

Paulo Portas poderá revelar-se como o primeiro-ministro possível, e até desejável, no decorrer da crise de regime que se desenrola diante de nós.
É parágrafo que inicia uma inteligente e invulgar análise da actual situação política d’ O António Maria que dá quem pensar. É a vantagem de se ser jovem e não se estar poluído das "ideias-feitas" nos velhos tempos do PREC de 1975. Paulo Portas a liderar um governo! Blasfémia! Dirão os velhos e os politicamente-correctos comentadores que nos enchem os olhos e ouvidos, uns lembrando-se do rótulo de “fascista” aposto aos democratas-cristãos nos idos do Verão-Quente e os outros lembrando-se daquele “vencimento-minimo” que recebem por cada aparição que nos fazem nas tv’s e que desaparecerá se não forem politicamente-correctos . O jovem analista d’ O António Maria, sem o necessitar, justifica-se e escreve “O discurso de encerramento do congresso do CDS, que decorreu este fim-de-semana em Viseu, é uma notável peça de oratória política, e mostra claramente que Paulo Portas é o líder partidário melhor preparado, e porventura melhor colocado, para substituir José Sócrates no difícil papel de liderar em breve um governo de coligação maioritário no nosso país” apesar de ficar em total oposição aos politólogos que no final do congresso analisaram as palavras de Portas. Vai mais longe quando analisa que “Passos de Coelho é um político sem provas dadas, medíocre nas palavras, mole nos actos, rodeado de gente pouco recomendável, e comprometido com o pior do Bloco Central” e continua referindo que Pinto de Sousa tem como objectivo “em primeiro lugar, proteger-se pessoalmente do tecto de críticas e revelações que inexoravelmente desabará sobre a sua cabeça e sobre as muitas cabeças da hidra que invadiu e colonizou a casa socialista ao longo da última década” e em segundo lugar “uma tentativa desesperada de salvar o Bloco Central da Corrupção, para o que se considera, com o sim-sim de muito pirata laranja, melhor preparado, e sobretudo conhecedor, do que o titubeante e eterno imberbe Pedro Passos de Coelho”.
A análise d’ O António Maria continua e, se merece ser lida, mais que tudo deve ser meditada. É um escalpelizar, quase exaustivo, dos velhos políticos da nossa política que se pretendem manter como nossos suseranos e termina "Dado o xadrez complexo actual, em que é previsível uma perda eleitoral do PS e do PSD para propostas políticas e partidos menos comprometidos com o atoleiro para onde o Bloco Central conduziu Portugal, a oferta de Paulo Portas para liderar uma futura maioria, precisamente na condição de partido minoritário, mas fortalecido pela presente crise, faz mais sentido do que à primeira vista parece". Estamos em fim de ciclo. É altura de darmos lugar aos mais novos. O País é deles e se fomos os pais da democracia, temos obrigação de a deixar intacta, mesmo que utópica, aos nossos filhos.
A aposentação deve ser a nossa meta… antes que, com razão, nos metam num esconso lar de idosos. Bem Hajas, blog o António Maria, por me teres feito repensar-me.