Tudo foi feito para que os cidadãos do mundo se sentissem aliviados com os resultados da Cimeira do G20. Os sorrisos encheram os noticiários, o dinheiro jorrou para além do que estava previsto, não houve conflitos - do tipo dos que se verificaram na Conferência de Londres de 1933, em igual tempo de crise, quando Roosevelt abandonou a reunião em protesto contra os banqueiros - e, como se não houvesse melhor indicador de êxito, os índices das bolsas de valores, a começar por Wall Street, dispararam em estado de euforia. Foi tudo muito eficaz
Podemos confiar no que lemos, vemos e ouvimos? Não.
Qualquer cidadão sabe que, com excepção das vacinas, nenhuma substância perigosa pode curar os males que causa. Ora, o que se decidiu em Londres foi garantir ao capital financeiro continuar a agir como tem agido nos últimos 30 anos, depois de se ter libertado dos controlos estritos a que antes estava sujeito. Ou seja, acumular lucros fabulosos nas épocas de prosperidade e contar, nas épocas de crise, com a generosidade dos contribuintes, desempregados, pensionistas roubados, famílias sem casa, garantida pelo Estado do Seu Bem Estar.
Este notável notável artigo de opinião de Boaventura Sousa Santos peca por referir que “Qualquer cidadão sabe...”.
Não é verdade!
A maioria dos cidadãos não sabe, não tem instrução para o saber e, nas ultimas décadas, foi educada para entender apenas o que as publicidades e o marketing lhe transmite...
Uma enorme vaga de yuppies, made in tugalandia, que tinham como objectivo ser milionários antes dos 40, levou os cidadãos a acreditar que não devia existir ética ou que ética lhes era sinonimo de enriquecimento rápido, mesmo que para isso tivessem que usar reinventadas técnicas de delapidação.
Não, a maioria dos cidadãos não sabe! Acabarão por o perceber quando for demasiado tarde e yuppicamente entrarem na lista dos novos pobres com fome.
Porventura, mais cedo ou mais tarde, surgirá a revolta e então nada ficará como dantes...nem a publicidade, nem o marketing!
Vale a pena ler, na Visão, aquilo que A. Santos Pereira e P. Braz Teixeira, entendem acerca de quem são os responsaveis pela nossa crise ! Dois yuppies, sem dúvida, mas made in estranja...
Poucos quiseram acreditar quando, na primeira metade da presente década, começaram a circular, nos gabinetes ministeriais que decidem a política económica, as primeiras avaliações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), indiciando que a economia portuguesa começara a divergir em relação à União Europeia. Não podia ser e era contra a teoria, mas os dados confirmavam a curva do gráfico. A trajectória era descendente e a coisa iria durar.
"Nos últimos oito anos, a economia portuguesa teve o seu pior desempenho, em termos de crescimento, das últimas oito décadas", afirma Álvaro Santos Pereira, docente da Simon Fraser University (Vancouver, Canadá). E, nas palavras do economista Pedro Braz Teixeira, "Portugal é hoje o único país a divergir em relação à união Europeia".
Os politiqueiros que nos tem governado tem sempre a perspectiva da barrosistica tanga, repare-se: Cavaco Silva se queixou-se da instabilidade dos governos minoritários que o antecederam. Guterres apontou o dedo a Cavaco. Durão Barroso e Santana Lopes acusaram Guterres de ter deixado o País de tanga.
Exactamente o mesmo que Pinto de Sousa nos continua a vociferar...