As agencias de publicidade, também especializadas em gestão de carreiras, quase que se obrigam a “inventar” diariamente uma palavra nova que fornecem aos seus clientes, seja a Caneças, seja o Pinto de Sousa.
Nestes últimos anos perdidos, quase cinco, já ouvimos repetir palavras ou frases como “jornalismo de sarjeta”, gente genuína, campanhas negras e muitas outras, saídas da mais recôndita pagina dos dicionários.
Ao ler Paulo Tunhas do “Jamais” alertei-me para a mais actual: maledicência.
Uma palavra antiga caída em desuso, penso que a ouvi pela ultima vez ás minhas avós, foi agora recuperada para uso e abuso de alguns escolhidos.
Preparem-se acabou a “campanha negra”, chegou a “maledicencia”, até que os publicitários ao serviço lhe descubram outra.
Para a contrariar sugiro: “mordacidade” ainda é menos conhecida e sobre ela Millôr Fernandes escreveu:
“O último refúgio do oprimido é a ironia, e nenhum tirano, por mais violento que seja, escapa a ela. O tirano pode evitar uma fotografia, não pode impedir uma caricatura. A mordaça aumenta a mordacidade”.