Um spin
doctor é um especialista em comunicação política, que pode escrever
discursos, dirigir campanhas, ser um comentador de ou pró um partido político
ou de um governo, um perito em estudos de opinião, ou um técnico de “opinião
publicada”.
Normalmente é um ex-jornalista, um ex-politico ou um
ex-publicitário, por vezes chamado de assessor de comunicação, que utiliza
informações, por regra manipuladas, que serão apresentadas aos mídia e à
opinião pública com a finalidade de ganhar para o empregador um melhor
posicionamento pessoal ou eleitoral. Àqueles se juntam os agora chamados
comentadores ou politólogos.
Os spin
doctor tem como finalidade seleccionar as informações que considera
desejadas para conseguir aconselhar, influenciar e manipular, ou seja, levar os
outros a agir ou a pensar “o que nós queremos”, isto é, a criar factos que
desviem as atenções do essencial mas desfavorável.
Também é discreto, tem acesso directo ao poder, cria
mensagens, que contêm os chamados soundbites, alimenta a opinião pública,
através de factos políticos que são divulgados pela comunicação social e
beneficia da desregulamentação da actividade que leva a que, muitas vezes, se
negue a sua existência, como afirma Cátia Santos in Estratégia
em Comunicação.
Os spin
doctor “trabalham” em desinformação, a desinformátsya que Lenine
adoptou e melhorou das técnicas prussianas da 1ª Guerra Mundial baseadas em
Sun-Tzu que diziam que "a arte da guerra consiste substancialmente de
engodo".
A maior parte das nossas classes mesmo as apelidadas
de mais cultas não sabem o que é desinformação. Imaginam que é apenas
informação falsa para fins gerais de propaganda. Ignorando por completo que se
trata de acções perfeitamente calculadas em vista de um fim.
Desinformação não é o acto de não-informar ou o de
"retirar a informação".
Desinformação
é algo meticulosamente pensado e exercido nos meios de comunicação de massa
fazendo com que ajamos de determinada forma sem que disso nos apercebamos e somente
comparável com as mensagens subliminares que a ciência da Gestalt estuda. in O que é desinformação
por Olavo de Carvalho
Mas se as mensagens subliminares estão sendo pouco a
pouco desmascaradas... a desinformação, não…
Vem isto a propósito de algumas manchetes dos nossos
mídia com obvias mensagens subliminares:
- “Autarcas desafiam governo e
vão dar folga no Carnaval”, no dn 18 de Janeiro,
ignorando que Administração Local e Regional é diferente de Administração
Central e por isso o governo é “mau prá gente!”.
- “Governo penaliza Norte com
mais portagens”, no jn de 18 de Janeiro,
reforçando a subliminaridade nortenha que alcunha de “mouros” os cidadãos do
Sul e, também o governo é “mauzinho!”.
- “Alemães montam banco do Estado”,
no cm e
“Alemanha já está a assessorar novo “banco”
de fomento”, no expresso de 19 de Janeiro,
apelando à germanofobia nacional.
- “FMI propõe subida do IVA para
a cultura e o vinho”, no dn e
“FMI ataca no vinho”, no jn de 19 de Janeiro, juntando o detestável imposto à
nossa muito querida raiz agrícola.
- “FMI queria que Passos fosse
mais longe nos impostos”, no público de 19 de
Janeiro, preparando os contribuintes para mais austeridade e desculpando o
governo que até é “bonzinho”.
Diariamente, os spin doctor, presenteiam-nos
com este tipo de mensagens que nos vão formatando “à medida” e transformando
governos, oposições e cidadãos em vulgares marionetas.
Para quê?