As contrapartidas dos submarinos pararam: estão a 31%, subindo 0,02% em 2009.
No total só foram aprovados 649,3 milhões de euros (22,4%) de 2893 milhões de euros a que os fabricantes estão obrigados. A diferença de 2008 para 2009 foi de apenas 3%.
- Carros de Combate 'Pandur' II
A Steyr só submeteu projectos no valor de 80,3M€ (15,5%), face ao total de contrapartidas a que está obrigada. Mas só 58,8M€ (11,4%) foram aprovados pela CPC.
A título de curiosidade: o “carro norueguês” perdeu o concurso ganho pelo "pandur" porque, em teste final, não só não conseguiu subir uma barreira como, pasme-se, ainda se afundou…
- F 16 e programa MUD.
O programa relativo à modernização dos caças F-16 apresenta uma taxa de cumprimento de 79%.
Os F-16 A/B, embora já não fossem aeronaves modernas, chegaram a Portugal a partir de 1994 como contrapartida do uso da Base das Lajes (desde 1996 que a Força Aérea Norte-americana não opera com os F-16 A/B).
De um outro programa desses aviões, o Midlife Update Program (?) (MLU), no valor de 20 milhões de euros, ainda nada foi aprovado pela Comissão Permanente de Contrapartidas.
- Submarinos
Do programa das contrapartidas pela compra dos submarinos, que termina em 2012, só foram aprovados projectos avaliados em 31,55% do valor total.
Esclarece a CPC:
"Pode-se concluir que o programa pouco ou nada avançou em 2009, podendo mesmo ter regredido, pois grande parte das contrapartidas com o Consórcio de Empresas do Sector Automóvel poderá ter que ser eliminada",
"Passados cinco anos de um projecto de oito anos (62,5% do tempo), podem-se considerar como realizadas apenas cerca de 456 milhões de euros (37,7%) de contrapartidas, entre creditação já efectuada correctamente ou em fase de aprovação."
Contudo, a CPC reconhece que "a situação evoluiu de um impasse nas conversações entre a CPC e o GSC para uma abertura deste último, assumindo uma atitude negocial e disponibilidade para intensificar os seus esforços na procura de novos projectos". Por isso, "jogará certamente a favor desta renegociação o facto de se prever a entrega dos dois submarinos ou pelo menos do primeiro em Junho de 2010", lê-se no relatório da Comissão Permanente das Contrapartidas.
Seria interessante saber quais as contrapartidas que aquela Comissão aprovou entre 2004 e 2008, ou até antes. Isto é, desde que Barroso, Santana Lopes e Portas deixaram o governo.
Ainda mais interessante seria conhecer os motivos que fazem sempre aparecer, na apelidada comunicação social, o nome de Portas e mais nenhum outro ministro da Economia e da Defesa serem referidos. Concretamente Braga da Cruz, Carlos Tavares, Álvaro Barreto, Manuel Pinho, Teixeira dos Santos e Vieira da Silva na Economia ou Rui Pena, Luís Amado, Severiano Teixeira e Santos Silva na Defesa.
Curioso é ainda o facto do ministro da propaganda do anterior governo, se desmultiplicar, aparecendo a criticar o “negócio”, por sinal um mau negócio, da “arma dos pobres”, iniciado pelo último governo do século que passou.