O ex-administrador PT, Rui Pedro Soares, invocou hoje o direito a não prestar declarações que o possam incriminar para recusar responder às perguntas dos deputados na Comissão Parlamentar de Inquérito à tentativa de compra da TVI pela PT e à alegada intervenção do Governo neste processo invocando o princípio da não auto-incriminação por estar constituído arguido no âmbito do caso Taguspark – em que estão em causa contrapartidas que terão sido dadas a Luís Figo em troca de um apoio ao PS na última campanha eleitoral.
O PS disse conformar-se com esta decisão. Já os restantes partidos da oposição reagiram com duras críticas, apontando um «precedente perigosíssimo» para os trabalhos da comissão.
A acusação de desobediência qualificada segue agora para o Presidente da Assembleia da República, após o que será enviada para o Procurador-Geral da República.
Rui Pedro Soares aproveitou esta ida á Comissão para afirmar-se vítima de «uma miserável campanha do arquitecto José António Saraiva», director do SOL, «uma versão moderna do Coliseu de Roma» e deixou um pedido de desculpas a José Sócrates: «Se invoquei o nome do senhor primeiro-ministro fi-lo abusivamente. Tenho que assumir todas as responsabilidades e aceitar todas as consequências». Sol
Tudo leva crer que terá, juridicamente, fundamentada razão para não responder (até existe um precedente) apesar de politicamente poder vir a ser apontado culpado de acto ilícito.
Os pedidos de desculpa a Pinto de Sousa relembraram-me o ancião Edmundo Pedro, aos 90 anos, no congresso do PS, tremendo e chorando a pedir desculpa ao ainda primeiro ministro. Algo que nem nos tempos do Estado vi acontecer.
Afinal os “tratos de polé, ainda andam por ai, escondidos por certo, mas existem.