O Presidente da Républica, na entrega do Prémio Gazeta 2008, confidenciou que tinha chamado um assessor para que o aconselhasse sobre o que dizer perante tão nobre assistência:
"Quando chega a esta hora e tenho de vir dizer umas palavras sinto uma certa atrapalhação, tendo presente a audiência que tenho pela frente, jornalistas e homens e mulheres da comunicação social, tendo presente o ambiente jornalístico-político que se vive no país este ano a "atrapalhação" é "acrescida", disse-lhe.
"Elogie os jornalistas, elogie a comunicação social, sublinhe a isenção, a independência, a objectividade, diga que agora gasta pelo menos 30 minutos a ler os jornais todos os dias e não apenas 5 minutos, que vê os telejornais, incluindo o de sexta-feira, o de sábado e o de domingo", aconselhou o conselheiro.
"Eu retorqui: não pode ser, porque se faço isso dizem imediatamente que estou a passar a mão pelo pêlo dos jornalistas para eles dizerem bem de mim".
Foi então que o assessor o aconselhou a "ir pelo caminho contrário", fazendo uma análise crítica do jornalismo social, sugestão que também declinou, porque confessou temer que algum jornalista "pegasse no sapato" e lho atirasse.
Surgiu uma terceira sugestão, igualmente recusada por Cavaco Silva: elogiar as preocupações sociais da Caixa Geral de Depósitos, promotora dos prémios Gazeta.
Como quarto conselho, continuou a relatar o chefe de Estado, o assessor disse para elogiar o Clube dos Jornalistas, Cavaco Silva admitiu que apesar de ser "uma boa ideia" poderia ser "um caminho perigoso". "Eu não esqueço que na minha segunda campanha em 1987, no dia do meu aniversário, estava num jantar em Torres Vedras e os jornalistas que me acompanhavam ofereceram-me um cartão de jornalistas com a categoria de candidato a jornalista estagiário", considerando que esse elogio poderia levar a um convite para membro do clube com uma categoria inferior, uma "humilhação" a que não se poderia submeter sendo Presidente da República".
Finalmente, surgiu, então, a derradeira sugestão: "então só há uma hipótese, é o senhor falar, falar, mas não dizer nada. É uma táctica a que se recorre em situações difíceis".
"Isso não me parece mal, principalmente neste tempo eleitoral em que nós vivemos".
Mas, depois pensei melhor e disse: “sabe isso não é o meu hábito, não é o meu hábito falar e dizer nada, isso é capaz de não correr bem, eu não sou capaz”, mas ele olhou para mim e respondeu: 'yes, you can, yes you can', é preciso é treinar um pouco mas vai a ver que consegue". Lusa
Para aqueles que não o conhecem é difícil acreditar que Aníbal Cavaco Silva tem um sentido de humor very british, até quando come uma fatia de bolo-rei.
Desta feita gozou que nem um afro-português (termo politicamente correcto) com muita gente, incluindo uns quantos que gastaram um dinheirão com o publicitários do BHObama...
Ao que parece muitos não o perceberam, dado que os tugas, jornalistas incluídos, gostam de ser, ou parecer gente sisuda.
Passe o plágio á americanice que é uma cerimónia semelhante, Cavaco Silva, esteve bem melhor que uns miaus que cheiram mal… o terão sido estes que lhe escreveram o texto?
… Já agora os jornalistas da RTP Sofia Leite e António Louçã receberam o Grande Prémio Gazeta 2008.