terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quer saber porque é que o CDS não cresce mais?

Como uma vendedora fez análise política de fazer inveja ao professor Marcelo Diz o povo, com proverbial imodéstia, que a sua voz é a voz de Deus. Não podendo Deus ser chamado à peleja, tomemos por bom o ditado. A voz de Deus - incarnada numa vendedora da feira de Ponte de Lima - explicou hoje a Paulo Portas por que razão o CDS não cresce mais. Disse-lhe a mulher: "Senhor doutor, adoro ouvi-lo na televisão. Eu sou contra a preguiça, e o senhor diz toda a verdade. Infelizmente, como há muitos preguiçosos, é por isso que o partido dos preguiçosos ganha". Veja-se como a mulher mete, na mesma declaração, uma palavra-chave da campanha do CDS, "preguiça", e o slogan do PSD, "falar verdade". E assim constrói, entre ferramentas e hortaliças, um imbatível raciocínio dedutivo (e análise política de fazer inveja ao professor Marcelo). Um dia dedicado ao Minho (feira em Ponte de Lima, cooperativa agrícola em Guimarães, arruada em Barcelos, jantar-comício em Viana do Castelo) é um dia dedicado à agricultura. Na feira do gado de Ponte de Lima, ao lado de Daniel Campelo, único presidente de câmara do CDS, Portas aproveitou uma sinfonia de vaquinhas a mugir para mais um soundbite: "Não há nenhum outro partido em que este som de fundo pudesse existir". À noite, depois dos noticiários, tornou a frase mais catchy: "Só numa iniciativa do CDS é possível uma reportagem começar com o muááá das vacas." Portas continua a passar bem nas feiras, tem sido recebido com entusiasmo, a colagem do CDS aos valores do trabalho parece ter pegado, o discruso sobre segurança é um clássico, os debates televisivos estão a render na rua. "Deu uma coça ao Sócrates", disse-lhe uma limiana. Ele ficou derretido. por Filipe Santos Costa Na estrada com Paulo Portas - Expresso.pt temos jornalista !