«Depois de terminadas as acções de investigação no cargueiro, o navio será entregue em Las Palmas a representantes da República de Malta, sob cuja bandeira o cargueiro navegava quando foi desviado», lê-se num comunicado do Comité de Investigação (CI) da Procuradoria-Geral da Rússia.
O navio Arctic Sea, que, oficialmente, transportava madeira da Finlândia para a Argélia mas ficou suspeito de transportar mísseis S-300 para o Irão, foi sequestrado (?) por piratas em finais de Julho no Báltico e libertado (?) por um navio de guerra russo perto de Cabo Verde em meados de Agosto.As autoridades militares russas tinham anunciado que o navio estava a ser rebocado para o porto russo de Novossirbirsk, no Mar Negro, onde deveria ser sujeito a uma revista, mas, agora, optaram pela sua entrega a Malta nas ilhas Canárias e anunciaram que o Arctic Sea não transportava mísseis S-300 para o Irão, nem qualquer carga ilegal apesar de os investigadores e criminalistas continuam a revistar o navio, o que irá exigir «mais alguns dias». TSF
Começa por não se perceber o porquê de «mais alguns dias» se “não transportava mísseis S-300 para o Irão, nem qualquer carga ilegal”.
A história está demasiado mal contada e o silêncio sobre o possível envolvimento de Portugal, é ensurdecedor. Como é possível que um grande cargueiro tenha percorrido “o mar português” sem ter sido detectado? O assunto foi esquecido para não irritar os controladores do equipamento espanhol recém instalado? Convém ao departamento de defesa não falar no assunto por causa dos equipamentos navais que o ministro Portas quis adquirir e agora fizeram falta? Terá havido algum “encontro informal” recente na Líbia?
Aguardemos que um qualquer Le Carré um dia escreva o livro.