O Dow Jones caíu hoje, 19 de Novembro, mais de 400 pontos estabelecendo um novo mínimo neste ciclo bolsista descendente desde o pico da última "bolha" em 15 de Outubro de 2007. Os anteriores mínimos tinham sido observados durante o Outubro Negro deste ano, nos dias 10, 24 e 27. A quebra acumulada desde a alta do ano passado soma 43,3%.
Se amanhã, 20 de Novembro, voltar a fechar com uma quebra superior a 300 pontos (3,8%) e ficar abaixo dos 7700 pontos, o actual 'crash' bolsista ultrapassará a crise de 1974 que atingiu os 44,86%. e passará a ser a quinta mais grave desde a origem do índice em 1885.
Este "Outubro Negro" já tem um saldo negativo. Por ora, como hipótese de trabalho, haverá cinco vítimas identificadas na morgue...
Os cinco cadáveres
1. A equipa dos GS "boys" capitaneada por Henry Paulson, o secretário do Tesouro americano.
A manifesta desorientação estratégica de Paulson deu a pazada final na Administração Bush, nas hipóteses do candidato republicano e no prestígio da Goldman Sachs, a quem os jornais americanos já alcunhavam de "Government Sachs".
2. O mito Alan Greenspan, que liderou durante 18 anos a Reserva Federal americana até 2006. O homem que deixou uma prenda envenenada ao sucessor e ao segundo mandato de Bush.
3. Os "tigres" também se abatem
Países tidos como modelos de crescimento na OCDE - os "tigres" dos anos 2000 - subitamente ruíram como castelos de cartas - Islândia (falência), Irlanda (entrada em recessão), Espanha (idem), e fala-se da Nova Zelândia em breve.
4. Wall Street em apuros - a criatividade financeira vai ser o seu beijo da morte
O fenómeno é cíclico - as bolsas acendem-se com alta criatividade para gerar as "bolhas" de que o capitalismo financeiro (e uma boa parte da economia real) necessita como pão para a boca. O 'capital fictício' desenvolve-se loucamente para depois estoirar levando tudo o que está à volta. Uma vez mais, foi a Wall Street que esteve no epicentro do fenómeno "criativo", um fenómeno tão velho desde que os holandeses inventaram os futuros nos anos 1600.
5. A terapia "japonesa" dos cortes das taxas de juro em direcção a 0%
Os japoneses já o fazem desde os anos 1990 e pararam em 2001 quando a taxa ficou nos 0,5%. A terapia é usar taxas de juro reais negativas (ou seja, taxas de juro inferiores à inflação) como alavanca "keynesiana".
in http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/443667