Dos 48 municípios alentejanos só não foi possível realizar as eleições em Olivença, por tristes razões que são conhecidas. Nos restantes 47, houve eleições e os resultados foram os seguintes.
O CHEGA foi o primeiro classificado num total de 22 municípios: em Alter do Chão, Fronteira, Monforte, Ponte de Sor, Elvas, Campo Maior, Sousel, Estremoz, Vila Viçosa, Reguengos, Mourão, Viana, Vendas Novas, Almodôvar, Alvito, Moura, Barrancos, Ferreira, Beja, Vidigueira, Sines e Odemira.
O PS foi o primeiro em 19 municípios: Nisa, Gavião, Crato, Mora, Avis, Arraiolos, Montemor, Redondo, Alandroal, Borba, Portel, Serpa, Mértola, Castro Verde, Aljustrel, Grândola, Santiago do Cacém, Cuba e Alcácer do Sal.
E a AD ficou em primeiro lugar nos restantes 6 concelhos: Évora, Ourique, Arronches, Portalegre, Marvão e Castelo de Vide.
Porém, mais impactante do que a perspectiva geral é ainda o exame dos pormenores. Os leitores nem imaginam o abalo que vai nas sedes lisboetas da Soeiro Pereira Gomes e da Avenida da Liberdade ao ver que o PCP perdeu para o CHEGA locais tão emblemáticos como Albernoa, Trigaches ou a Trindade... Oh Beja terrível Beja, já cantava o Vitorino... Nem em Baleizão a CDU ganhou (e de certeza que nenhum velhinho acamado deixou de ser transportado às urnas).
É a revolta da criadagem: de ora em diante, os comités lisboetas da Soeiro Pereira Gomes ou da Intersindical já vão ter grande dificuldade em arranjar mão de obra para as manifs. Até o exílio alentejano, no Seixal ou na Moita, em Vila Franca ou em Palmela, deu uma banhada nos camaradas do Avante. Isto não tem volta atrás. É um choque cultural, a cultura política em Portugal mudou irreversivelmente.