Balanço da legislatura: passar da bonança à "tempestade perfeita"
23.07.2009 - 08h56 Leonete Botelho
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As relações com o Presidente da República já tinham conhecido melhores dias e o braço-de-ferro estalou a propósito do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. A terceira sessão legislativa acabava mal. Mas a quarta começava ainda pior. Estala a crise financeira mundial, trazendo a necessidade de privatização de um banco e de apoio a outros, rebentam os diques do desemprego e regressa o caso Freeport. E Manuel Alegre agita o espectro de um novo partido.O PS não mais teve mão livre para impor as suas leis no Parlamento. Viu os vetos presidenciais sucederem-se e teve de recuar no Código de Trabalho, na lei do divórcio, e deixar cair a lei do pluralismo da comunicação social ou o voto presencial dos emigrantes. A lei do financiamento dos partidos, aprovada por todos os partidos, caiu perante um veto e a opinião pública. O testamento vital, que seria mais uma marca do consulado socialista, foi remetido para o futuro. Nesta altura, já as eleições europeias fizeram cair o mito da invencibilidade de José Sócrates. A miragem de nova maioria absoluta esfuma-se. O partido agita-se. E a sessão legislativa acaba com o nervosismo à flor da pele. Está tudo numa fotografia: os dois dedos de Manuel Pinho espetados na testa. Era o Estado da Nação. Artigo completo aqui
Parabéns á autora e ao Público.