a noticia da TSF:
Um grupo de clientes do BPP tentou, esta quinta-feira, impedir a saída do ministro das Finanças de um hotel em Lisboa. Teixeira dos Santos esteve a participar numa conferência de encerramento de trabalhos da Associação Portuguesa de Leasing.
À entrada do hotel onde decorreu a conferência, o ministro das Finanças conseguiu desviar-se dos clientes que pretendiam falar com o governante sobre as contas congeladas que têm no Banco Privado Português.
No entanto, à saída o ministro das Finanças não conseguiu escapar, sendo que a viatura que o transportava teve de regressar ao parque de estacionamento do hotel, depois de duas pessoas terem bloqueado a passagem, exigindo pelo menos uma palavra do governante. Depois disto, o carro saiu sem o ministro.
«Custa muito ver um ministro a sair pelas portas de trás como se tivesse medo dos cidadãos que lhe pagam o salário», afirmou um dos clientes em protesto, acrescentando que só queriam pedir ajuda ao governante para a situação difícil que atravessam, com pessoas a «passar fome» e em «desespero».
o excelente comentário do Delito de Opinião
Os sinais
por João Carvalho 04.06.09
Clientes do Banco Privado Português encostam o ministro Teixeira dos Santos à parede. Bem ou mal, o governo tinha prometido responsabilizar-se até cem mil euros por depositante, tinha prometido analisar rapidamente a situação, tinha prometido descongelar essas poupanças a breve trecho. Mal ou bem, os depositantes não accionaram os ex-administradores do BPP, alguns estão sem emprego, alguns já passam sérias dificuldades que se avolumam a cada dia.
Os franceses e os gregos conhecem os sinais. Paira no nosso horizonte o receio de que venha a explodir e a alastrar uma séria agitação social em Portugal. Não sei se os desvios irregulares da banca que o regulador do Estado não regulou, além dos danos que isso está a provocar, configuram os tais sinais. O que sei é que estes nascem sempre de dramas que atingem o desespero.