terça-feira, 21 de outubro de 2008

um texto de Mário Soares:

"Li com muito agrado e atenção, o artigo tão corajoso, lúcido e oportuno que Miguel Sousa Tavares escreveu no Expresso do passado sábado. Nele exprime a sua sensibilidade e indignação de lisboeta - que coincide com a minha - por as autoridades camarárias, portuárias ou seja quem for, estarem de novo a tirar a vista do Tejo aos lisboetas, aos portugueses e aos turistas, com a proliferação dos contentores e das construções e, consequentemente, vedando ao público as respectivas áreas. É um erro imperdoável - e uma falta manifesta de senso - o que se está a deixar fazer, sempre à socapa. Veja-se como as poucas áreas ajardinadas à beira do Tejo estão cheias de gente nos fins-de-semana e nos feriados! A regra é sempre a mesma. Começam por pôr tapumes e quando os transeuntes acordam e os tapumes são retirados, o Tejo deixa de se ver, oculto pelas construções ou pelos contentores, agora já de três andares. Uma vergonha, que só pode resultar, como se suspeita, de amplas negociatas...". Mário Soares in Diário de Noticias ... A crítica de Mário Soares incluirá o motivo pelo qual se demitiu José Miguel Júdice de coordenar a Sociedade Frente Ribeirinha? Será que Mário Soares ao revoltar-se contra as construções à beira do Tejo, sabe que um hotel situado mesmo em frente ao CCB é da responsabilidade do arquitecto que é actualmente vice-presidente da Câmara? Se Mário Soares critica a "negociata" dos contentores está implicitamente a criticar José Sócrates que entregou a concessão do cais à Mota-Engil que é liderada por Jorge Coelho, homem-forte do Partido Socialista. O texto de Miguel Sousa Tavares é arrasador, demolidor e contundente para com o actual Governo e reparem que Mário Soares sublinha que a sensibilidade e indignação de MST "coincide com a minha". João Severino in http://pauparatodaaobra.blogspot.com/