A responsável máxima da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para a região norte apelou ontem aos empresários de restauração do Minho para "se organizarem" em defesa de uma gastronomia "única", como é o caso da cozinha do Alto Minho. "Eu também sou minhota e mato um frango, da capoeira da minha mãe, quase todas as semanas", confessou a inspectora Fátima Araújo, perante cerca de duas centenas de empresários de Viana do Castelo.Confrontada com as repetidas queixas dos empresários locais de restauração, a responsável da ASAE foi peremptória: "Sob o ponto de vista legislativo, o País terá muito daquilo que os próprios empresários quiserem. Se não forem capazes de querer e lutar pelos vossos interesses, também ninguém os vai ajudar. Lisboa não vai tratar da vossa vida, desenganem-se", afirmou Fátima Araújo. Perante um invulgar aplauso dos empresários, a responsável regional do Norte da ASAE acrescentou: "Têm aqui uma acérrima defensora da gastronomia nacional. Mas são os senhores a tratarem dos assuntos do vosso interesse. Nós só temos de ser suficientes sábios para compatibilizar a cultura tradicional com as técnicas e práticas de higiene."
Sobre as restrições impostas à confecção de alguns produtos regionais do Alto Minho, como é o caso do arroz de sarrabulho ou de cabidela, a inspectora recordou que "não foi a ASAE que fez a lei", mas apontou uma solução: "Pergunto o que estão a fazer os senhores veterinários locais do Ministério da Agricultura. Porque é que não se põe estas pessoas à procura das condições ideias, criando espaços colectivos para se realizarem as inspecções sanitárias obrigatórias nas devidas condições?", insurgiu-se.
Rejeitando a aplicação de "regimes de excepção", até porque "senão até a sandes de coiratos de Lisboa podia ser património nacional", Fátima Araújo avisou os empresários: "Não contem com a ASAE para tratar dos vossos negócios." E acrescentou: "Não deixem que a gastronomia do Alto Minho se perca. Quando isso acontecer eu saio da ASAE, porque não cumpri o meu papel", sustentou Fátima Araújo, há 34 anos a exercer funções em órgãos de polícia criminal. Sustentou ainda que já houve reuniões com autarcas, com vista à adopção de medidas que permitiram salvaguardar, "compatibilizando" a tradição com as regras de higiene, os pratos típicos da região. A inspectora da ASAE falava num encontro de esclarecimento com empresários de Viana, promovido pelo comando da PSP e a associação comercial local. DN 28.05.08 PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
Sobre as restrições impostas à confecção de alguns produtos regionais do Alto Minho, como é o caso do arroz de sarrabulho ou de cabidela, a inspectora recordou que "não foi a ASAE que fez a lei", mas apontou uma solução: "Pergunto o que estão a fazer os senhores veterinários locais do Ministério da Agricultura. Porque é que não se põe estas pessoas à procura das condições ideias, criando espaços colectivos para se realizarem as inspecções sanitárias obrigatórias nas devidas condições?", insurgiu-se.
Rejeitando a aplicação de "regimes de excepção", até porque "senão até a sandes de coiratos de Lisboa podia ser património nacional", Fátima Araújo avisou os empresários: "Não contem com a ASAE para tratar dos vossos negócios." E acrescentou: "Não deixem que a gastronomia do Alto Minho se perca. Quando isso acontecer eu saio da ASAE, porque não cumpri o meu papel", sustentou Fátima Araújo, há 34 anos a exercer funções em órgãos de polícia criminal. Sustentou ainda que já houve reuniões com autarcas, com vista à adopção de medidas que permitiram salvaguardar, "compatibilizando" a tradição com as regras de higiene, os pratos típicos da região. A inspectora da ASAE falava num encontro de esclarecimento com empresários de Viana, promovido pelo comando da PSP e a associação comercial local. DN 28.05.08 PAULO JULIÃO, Viana do Castelo