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"Cónego Melo é alguém que não merece qualquer respeito da República" Luís Fazenda
Bastante duro nas críticas, o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, contrapôs os argumentos de Nuno Melo, lembrando que o cónego Melo assumiu a sua ligação ao MDLP, que "semeou o terror" na altura do 25 de Abril. "Isso não esquecemos, não é uma questão mesquinha", salientou, acrescentando que, ao votar contra o voto de pesar, o BE "recorda todos os que ficaram debaixo das bombas". "O cónego Melo é alguém que não merece qualquer respeito da República", disse ainda Luís Fazenda.
Pelo PCP, o deputado Agostinho Lopes acusou o CDS-PP de querer aproveitar politicamente a morte do Cónego Melo, lembrando que esteve do lado do "terrorismo bombista". Mas, acrescentou, "cada partido tem os heróis que escolhe". "Pela luta contra o fascismo e pela memória das vítimas, o PCP votará contra este voto", anunciou o deputado.
A deputada de "Os Verdes" Heloísa Apolónia justificou também o voto contra da sua bancada por não se identificar com texto apresentado pelo CDS-PP, que "esconde muito da história e de actos atentadores contra a liberdade".
Jorge Strech, pela bancada do PS, explicou igualmente a abstenção dos socialistas, sublinhando que o grupo parlamentar "jamais votaria contra o pesar pela morte de alguém". Contudo, acrescentou, por não se tratar de um "voto inócuo" e porque o PS "não aceita qualquer tipo de instrumentalização", os socialistas não acompanharam o sentido de voto nem das bancadas mais à esquerda, nem da direita parlamentar. "Assistimos a uma guerra entre as bancadas mais à direita e mais à esquerda, que tentam uma revisão histórica", declarou.
O PSD foi, assim, a único partido a acompanhar o CDS-PP no voto favorável. "Votaremos favoravelmente com toda a tranquilidade. A Assembleia da República não pode transformar-se num tribunal popular", afirmou o deputado Fernando Santos Pereira. Publico 020508
nota: esta “esquerda” não aprende... acabará como em Itália?