As elites portuguesas continuam convencidas de que o eleitor é um ser obediente, maleável e propenso a seguir ordens televisionadas. É por isso que, tal como em França, acreditam que um “cordão sanitário” basta para travar quem não se enquadra na narrativa dominante. Em 2026, esse alvo chama-se André Ventura.
Desde 2019 que as sondagens subestimam o Chega. Isto não é polémico: é estatístico. O eleitor de Ventura não responde, não confia e não gosta de ser avaliado moralmente por quem o entrevista.
Resultado: Ventura vale sempre mais do que o publicado.
2. O candidato com base própria
Gouveia e Melo atrai simpatia. Mendes apela aos nostálgicos do comentário político televisivo. Seguro convoca a máquina socialista.
Ventura, porém, é o único com uma base consolidada: disciplinada, coerente e resistente ao ridículo mediático.
3. O cordão que não se aguenta
A tentativa de copiar a estratégia francesa — todos contra Ventura — esquece um detalhe: Portugal não é França.
- . A direita moderada não vê Ventura como inimigo existencial.
- . O eleitor português não gosta de ser mandado votar “contra” e
- . A elite política perdeu a autoridade moral para liderar cruzadas cívicas.
4. O problema não é Ventura — é a aritmética
A fragmentação dos outros candidatos empurra Ventura para a segunda volta, não por força extrema, mas por coesão do seu eleitorado. Onde os outros dividem, Ventura soma.
.
Concluindo-me:
O confronto não será esquerda vs. direita. Será sistema vs. anti-sistema.
E quando essa for a alternativa real, os velhos “cordão republicano” e “cerco social-fascista” transformar-se-á apenas num gadget de limites de ruido socialmente pouco aceitáveis — muito barulho, pouca utilidade.
