Estou velho.
Pergunto-me se valeu a pena, quase meio século depois, continuar com a marca do xanfalho dos pólícias “intlectuais” que ocupavam a Avenida da Clássica?
Onde pára a recompensa por ter ficado e depois mandado ir para as bolanhas receber as cicatrizes físicas e psíquicas que perduram?
Receio já não encontrar respostas para o Largo do Carmo e para a Calçada da Ajuda dos Quartéis, onde se fez a liberdade, porque as declarações “deles” recordam-me o “Combat pour Berlin” do Goebbels, os idos de 68 do Livro Vermelho ou os relatórios dos pides, em que a verdade é apenas a deles e o resto é conspiração hoje retrovertida para "insulto".
Cada vez mais, ler jornais, olhar televisões ou ouvir os comentadeiros de sempre rememoria-me apenas a infantil historieta “dos 40 ladrões” que só agora começo a entender.
e penso…
…para quando o “abre-te sésamo” que me leve a acreditar que uma vida não foi apenas tempo perdido.