domingo, 7 de setembro de 2025

A Reprodução de Narrativas e a Diluição do Espírito Crítico

Quando uma figura pública de influência, como Alexandra Leitão, emite uma declaração específica – "não vai pedir a demissão de Carlos Moedas" e que o "grande erro de Moedas é uma conferência de imprensa sem direito a perguntas" – e essa declaração é subsequentemente adotada e replicada de forma quase literal por órgãos de comunicação social ou comentadores, estamos perante um exemplo de seguidismo.

Esta replicação pode ocorrer por diversas razões:
* **Validação da Fonte:** A credibilidade da fonte original (neste caso, uma figura política proeminente) pode levar à aceitação e disseminação das suas ideias sem uma análise aprofundada.
* **Alinhamento Editorial:** Certos meios de comunicação podem ter um alinhamento editorial que favorece a amplificação de determinadas narrativas políticas, negligenciando perspectivas alternativas ou críticas.
* **Pressão do Ciclo de Notícias:** No ritmo acelerado das notícias, há uma tendência para os meios de comunicação e comentadores replicarem rapidamente as declarações de figuras influentes, por vezes sem o tempo ou os recursos para um exame mais aprofundado.
* **Evitar a Controvérsia:** Seguir a linha de pensamento estabelecida pode ser uma forma de evitar a controvérsia ou o confronto, especialmente em tópicos sensíveis.
O perigo inerente a este seguidismo reside na erosão do espírito crítico. Quando a imitação prevalece sobre a análise independente, a pluralidade de opiniões é comprometida, e o público é exposto a uma visão unilateral ou enviesada dos acontecimentos. A função primordial da imprensa e dos comentadores, que é a de questionar, analisar e contextualizar, é diminuída, transformando-os em meros repetidores de discursos pré-fabricados.