segunda-feira, 29 de setembro de 2025

a ímpia aliança

Há uns meses os serviços de segurança franceses escreveram um relatório para o Presidente Macron. O principal tema do relatório era a infiltração crescente nos últimos anos de grupos radicais islâmicos na sociedade e em instituições francesas. Muitas das actividades destes grupos são financiadas por países estrangeiros, como a Argélia, o Irão, o Qatar e a Turquia.
O relatório também mostrava que há uma aliança entre as extremas esquerdas francesas e os grupos islâmicos radicais. Os serviços de informação olham para esta aliança como uma ameaça grande à segurança interna francesa. A aliança entre o partido de Melenchon (a França Insubmissa) e os movimentos islâmicos radicais, até em listas comuns para eleições locais, não é novidade para quem segue a política francesa.

Os serviços de informações alemão e britânico também produziram relatórios semelhantes. As alianças entre as extremas esquerdas e os islâmicos radicais também existem na Alemanha e no Reino Unido. Em terras alemãs, é o De Linke que se alia aos islâmicos radicais, e no Reino Unido é o novo partido de Corbyn. Na Alemanha e no Reino Unido, a situação não é tão grave como em França. A razão não tem a ver com o número de imigrantes, já que é semelhante nos três países. Tem a ver com a dimensão política da extrema-esquerda: é muito maior em França do que na Alemanha e no Reino Unido.

Neste momento, Gaza transformou-se na maior causa do esquerdismo-islamismo. Os grandes aliados do Hamas são o Irão, o Qatar e as extremas esquerdas europeias. Não são os outros países árabes. Tirando o Qatar, nenhum outro estado árabe apoia o Hamas. Por que razão o governo do Egipto não abre a sua fronteira com a Faixa de Gaza, apesar da tragédia humanitária no território? Por uma razão muito simples: não quer elementos do Hamas no seu país.

É fundamental fazer uma distinção entre quem neste momento discorda da política do governo israelita em Gaza e os grupos de extrema-esquerda que sempre odiaram Israel, como Melenchon, Corbyn e, em Portugal, o Bloco de Esquerda e o PCP. Já eram favoráveis ao Hamas e anti-Israel muito antes dos ataques terroristas de 7 de Outubro de 2023. Para esses movimentos, Israel simboliza o triunfo de tudo o que sempre combateram: o capitalismo, a economia de mercado, a democracia liberal e os valores ocidentais. Entre o Hamas e as virtudes ocidentais, preferem o primeiro. Para as extremas esquerdas, o radicalismo islâmico é o grande aliado para as suas lutas revolucionárias na Europa.

De acordo com a sua tradição histórica, as extremas-esquerdas representam o pior das ideologias até hoje produzidas na Europa e, como sempre, aliam-se ao pior que existe: os Bolcheviques, o estalinismo, o maoismo, a Albânia, Cuba, o Chavismo e agora o radicalismo islâmico e o Hamas. Há uma linha condutora nas extremas esquerdas ao longo dos últimos cem anos: combater a cultura, as tradições e os valores ocidentais. Hoje, o grande aliado das extremas esquerdas para combater os valores ocidentais é o radicalismo islâmico.