sexta-feira, 12 de setembro de 2025

a bolha estala e o CHEGA lidera uma sondagem nacional

a ira do povo, quando eclode, é terrível
51 anos depois, a ordem política estremece
Pela primeira vez em 51 anos de democracia, um partido que não é nem o Partido Socialista nem o Partido Social Democrata surge na liderança de uma sondagem nacional. O barómetro da Aximage, que o Diário de Notícias publicará esta sexta-feira, dia 12, coloca o Chega em primeiro lugar nas intenções de voto para legislativas — um dado de enorme relevância política e simbólica.
O partido de André Ventura recolhe a preferência da maioria dos inquiridos quando questionados sobre em que partido ou coligação votariam se as eleições legislativas fossem no próximo domingo. E fá-lo assumindo, de facto, o papel de principal força da oposição — papel que, notoriamente, José Luís Carneiro nunca conseguiu encarnar de forma convincente.
Uma nova geração está a levantar voo
“O mundo mudou, no meu caso esta será pela segunda vez, há os que não o perceberam e os que estrebucham! Mas lutar contra o que é novo é pouco assisado. Com o que for bom ou com o que for mau, o Mundo, já é dos nossos mais novos, demos-lhes asas e eles já voam.”
É isso mesmo: o mundo mudou. A nova geração já não aceita as velhas barreiras mentais e partidárias, e o país começa finalmente a espelhar essa mudança.
O fim anunciado do velho duopólio
Durante os últimos seis anos, o sistema político e mediático não falou de outra coisa: André Ventura e o Chega, o Chega e André Ventura. E, claro, as famosas “linhas vermelhas”, essas barreiras imaginárias que os partidos do regime inventaram para manter o seu oligopólio de poder.
Como todos os sistemas que duram demasiado tempo sem se adaptarem, o regime cristalizou: protegido por uma teia de cumplicidades entre partidos, comentadores e aparelhos de Estado, tornou-se incapaz de verdadeiras reformas. Enquanto isso, os problemas reais de largas franjas da população eram tratados como “invenções” ou “exageros” — um paternalismo arrogante que alienou milhões de cidadãos.
O povo foi-se afastando, mas os “representantes” continuaram a fingir que nada se passava.
O tribuno da plebe
Quando, como na velha Roma, surgiu um “tribuno da plebe” disposto a dizer o que muitos sentiam, os patrícios do regime escolheram atacar o mensageiro em vez de escutarem a mensagem. Não tentaram resolver os problemas; preferiram encenar indignação moral, agitar fantasmas e multiplicar campanhas de demonização.
De certa forma, deram a Ventura e ao Chega um palco constante — mas recusaram-se a atribuir-lhes responsabilidades, preferindo tratá-los como um fenómeno exótico e passageiro. A “bolha” acreditou que bastaria gritar “populismo” para tudo voltar ao normal.
A ira do povo
Mas, como advertiu Marat no auge da Revolução Francesa, “a ira do povo, quando eclode, é terrível”.
Ignorada durante demasiado tempo, essa ira começou agora a traduzir-se em votos — e em sondagens que mostram o esboroar do velho regime de alternância controlada.
Mesmo agora, muitos insistem em negar a realidade. Mas, como escreve o professor Rui Albuquerque, “de vitória em vitória — ou melhor, continuando a desvalorizar a realidade — o estoiro era previsível e será inevitável”.
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O barómetro da Aximage entrevistou cerca de 570 pessoas entre 2 e 5 de Setembro, com uma margem de erro de 4,1%. E poderá ficar para a História como o primeiro a registar o início do fim da ordem estabelecida.
Fontes:
Rui Albuquerque – no Facebook