Longe vai o tempo da Instrução
Primária. Mais longe ficam os cadernos de “duas linhas”. Igualmente, ou mais
distante, fica a palavra interpretação que já perdeu significado.
Vem isto a propósito das nãoticias
que hoje aparecem sobre o Banco Alimentar.
Uma série de gentes escreve
hoje que “Portugueses generosos na crise”, ou que “Banco Alimentar resiste à crise e
à polémica” e que ” 38000 voluntários numa recolha igual às outras” ou ainda
“Portugueses criticam Jonet mas ajudam Banco Alimentar”.
Ora bem:
- 38 mil são vinte vezes mais que os
“imbecis úteis” que assinaram a petiçãozinha e dão resposta “á polémica” que
foi apenas fruto da imaginação em crise daqueles que nunca tiveram oportunidade
de, enquanto chavalitos, aprenderem a interpretar.
- Crise, existe, claro que existe,
mas a responsabilidade colectiva é bem maior e, ainda há pouco tempo, bem se
mostrou nas zonas mártires de Silves e Lagoa.
- Banco Alimentar “resiste”, pois é,
resiste! Tal como a “sopa do Sidónio” resistiu enquanto fez falta, mas isso pertence
a outra disciplina, a da nossa História, que as gentes ignoram.
O pior é que ao olhar para os gentes
de agora me lembro dos gentes que a 26 de Abril de 1975 tiveram uma
surpresa:
os Portugueses de então eram mesmo
estúpidos e não foram na conversa das manchetes dos idiotas úteis do Lenine!