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O deputado centrista Nuno Melo monopolizou quase três horas de perguntas a Vítor Constâncio e insistiu várias vezes que este se devia demitir de Governador do Banco de Portugal, por ter permitido, ao longo dos anos, uma actuação continuada de actos irregulares no BPN.
"Aconteceu o que aconteceu com o BCP, os clientes do BPP não podem levantar seu dinheiro, nacionalizou-se o BPN e nada acontece ", referiu também Nuno Melo.
As três horas de perguntas ficaram marcadas pelo despique entre Vítor Constâncio e Nuno Melo, com Constâncio a acusar o deputado centrista de ignorância.
"Pode partir para o insulto que eu não descerei a esse nível", disse Melo.
"Não lhe chamarei outra vez ignorante", afirmou depois Constâncio, explicando que "falar em ignorância não é nenhum insulto. É a obrigação de saber destas matérias". expresso
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"Se não sabe o que é "crowding out", vá aprender.” Foi deste modo, pouco paciente, que Carlos Costa se dirigiu ontem ao deputado do PS, João Galamba, depois deste o ter interrompido, quando falava sobre a acção do sistema financeiro no financiamento da economia real e do Estado, para afirmar que o governador estava a dizer uma inverdade.
“Desculpe, deixa-me acabar porque isso é uma ignorância total”, continuou o Governador, aproveitando para explicar qual o significado de crowding out…e lembrou que embora raramente perca a serenidade, isso acontece “excepcionalmente” quando está perante situações “de má-fé intelectual”: “Peço desculpa, isto ultrapassa os limites do bom senso”.
O momento de tensão culminou quando João Galamba interveio para se manifestar ofendido e desafiar Carlos Costa a um “pedido de desculpas”: “Penso que foi deselegante, desnecessariamente, gostava que me pedisse um pedido de desculpas. A sua atitude há bocado foi perfeitamente injustificável.”
Na segunda ronda de respostas aos deputados Carlos Costa falou por mais de vinte minutos, mas acabou por deixar a sala sem fazer a vontade a João Galamba. público
Quer queiramos, quer não, nos dois casos estávamos perante dois representantes eleitos, Melo e Galamba, que, por tal, mereciam o respeito dos “governadores” Constâncio e Costa!
Confesso que não gostei da actuação de Vítor Constâncio enquanto regulador da banca nacional.
Reconheço que não aprecio o deputado João “brinco na orelha” Galamba, nem o facto de fazer parte de um pequeno grupo que está a transformar o nosso parlamento numa RGA dos anos sessenta.
No primeiro caso admirei a forma como o deputado do CDS/PP e o na altura Governador do BdP resolveram a questão.
Desta feita o actual Governador, Carlos Costa, decerto não conseguiu interpretar o solicitado por Galamba porque é difícil entender o português NO: “me pedisse um pedido de desculpas”… mas não deixou de ser deselegante para aquele que está na Assembleia da Republica a representar-nos!
Pesem os “cabelos brancos” de um e a “piercing” irreverência de outro, nós eleitores, não devemos admitir estas situações.
A Assembleia da Republica ainda não é uma “casa de má nota”!