O défice orçamental português passará de 2,6 em 2008 para 6,5 em 2009 e 6,7 em 2010 do PIB. A previsão de défice orçamental do Executivo é de 3,9 por cento para 2009.
Fernando Teixeira dos Santos, ministro das nossas Finanças, concluiu que as previsões de Bruxelas confirmam as estimativas do Banco de Portugal, pela quebra das exportações, do investimento privado e do próprio consumo. “Confirma-se que estamos perante uma séria recessão internacional que, em particular, traduz-se numa redução muito significativa da procura externa sobre os produtos portugueses”.
A Lusa ouviu dois economistas acerca da referida deterioração do défice orçamental português projectada pela Comissão Europeia:
José Silva Lopes diz que "há muito que aponta para que o valor do défice este ano se fixasse acima dos 6 por cento"."Era evidente".
refere que um défice de 6,5 por cento é um valor "relativamente equilibrado" se a despesa for "bem feita". "Eu sou a favor de défices baixos, mas nesta altura quando é preciso reanimar a economia parece-me razoável”.
“A única condição é que a despesa seja bem feita e nem sempre tenho a certeza que é assim", concluiu este economista, que fez parte do enorme grupo dos que não previram ou se calaram...
António Bagão Félix, que várias vezes foi criticado pelos alertas que lançava ao governo, refere que "a grande novidade destas previsões, que alertam para a necessidade de clareza, verdade e rigor por parte do Executivo para a previsão orçamental deste e do próximo ano. É a primeira vez que de um modo tão claro se aponta para um défice claramente acima dos 6 por cento"."Isto é já visível pela diminuição das receitas fiscais e justifica claramente uma alteração da previsão governamental que continua insistir num valor de 3,9 por cento”.
"Se este Governo, neste momento, pedisse ao Dr. Constâncio o que pediu em 2005 quando tomou posse, também chegaria a um valor de 6,5 ou 6,9 por cento e não de 3,9. Pela boca morre o peixe", concluiu.
Apesar de tudo, com ou sem avisos grande parte dos portugueses, continuam sem entender o que se passa. A informação que lhes é fornecida é escassa e, na maioria das vezes, pouco elucidativa, isto é, “lá vamos cantando e rindo” envolvidos nos três “F’s”, nas novelas tugas e brasucas e, principalmente, na propaganda politico-governamental.
Apenas os televisivos-despedimentos, mais ou menos colectivos lhes fazem sentido, mas sempre superados com as derrotas e vitórias de uma qualquer futebolice! Percebe-se porque foram construidos
Até quando?
base Lusa em 04.05.2009 - 15h32