terça-feira, 5 de maio de 2009

MAIO !

Maio de 1968 começou por ser uma contestação estudantil francesa que se replicou em especial nos países mais desenvolvidos. Grupos da então chamada esquerda, revoltados "contra a sociedade de consumo", o ensino tradicional e a insuficiência de saídas profissionais, decidem opor-se pela "contestação permanente".
2 de Maio - a Faculdade de Nanterre foi fechada 3 de Maio - estudantes ocupam a Universidade da Sorbonne que havia sido encerrada pelas autoridades Geram-se tumultos e focos de tensão, com as primeiras barricadas nas ruas - nomeadamente no Quartier Latin (confrontos de que resultam 805 feridos, entre os quais 345 polícias) 9 de Maio - contra esta tendência, dá-se, no Boulevard St. Michel, uma manifestação pacífica 10 de Maio - regressa a violência, com a "noite das barricadas", mais agitação na Sorbonne e, pela primeira vez, carros incendiados 13 de Maio - gigantesca manifestação em Paris, com cerca de 600 000 estudantes.O conflito alarga-se, porém, ao sector social, com manifestações sindicais nesse mesmo dia, acompanhadas de greves que paralisaram mais de 10 milhões de trabalhadores em França. 14 de Maio - o primeiro-ministro Georges Pompidou reabre a Sorbonne, dizendo que era "proibido proibir". 25-27 de Maio - a pressão laboral conduzirá aos acordos de Grenelle, nos quais a classe patronal garantirá um aumento de 10% dos salários e de 35% do salário mínimo. Os sindicatos aceitam, mas as suas bases operárias mantêm a greve. 24 de Maio, Charles de Gaulle considera a situação incontrolável, propõe um referendo e dissolve a Assembleia.30 de Maio - como nos tempos da guerra, encorajando os compatriotas, de Gaulle apela à ordem e anuncia eleições legislativas para Junho. "Nada será como antes do Maio de 68". As instituições políticas não caíram mas tremeram, e os franceses repensaram o seu próprio futuro. Houve, acima de tudo, uma alteração das mentalidades, com o aparecimento de mudanças há muito esperadas em França. Os costumes evoluem, com a permissividade a abrir caminho na sociedade francesa. A abertura a novas ideias é cada vez maior, aumentando a contestação por parte dos intelectuais: o aparecimento e a divulgação de trabalhos efectuados na área das ciências sociais e humanas é uma realidade cada vez mais forte no mundo científico francês. A voz das minorias começa a levantar-se. Há uma crescente emancipação das mulheres. O próprio clero inicia também uma auto-reflexão. Generosidade maior, humanismo, ecologia e nacionalismo são alguns dos conceitos herdados de todo este movimento contestatário de 68, antecâmara da realidade dos anos 70 e 80, mas tudo isto vai acabar com o aparecimento dos Yuppies que aproveitando as liberdades, no final dos anos 80, vão invadir a sociedade, da economia á politica, passando pela “gestão. O lema passa a ser “...milionário antes dos 40”.
Tiveram que pisar a geração do Maio e conseguiram-no... agora vão conseguir aquilo a que já chamamos de “crise”!