O sr. ex-jornalista, que está como sr.
vice-primeiro, apresentou ontem o documento a que chamou “Guião”.
Há dias dei-lhe o nome de “rough
draft”, a designação internacional usada pelos técnicos de várias
especialidades ligados à economia e à ciência política.
Na realidade já estava à espera que
os “nossos” (salvo seja!) “especialistas em generalidades”, a quem a palavra “guião”
pouco diz, avançassem com o “fait divers” da “reforma do estado” que queriam “para
amanhã”, que “devia ter sido apresentado há dois anos”, etc. Como se fosse possível
alterar em vinte e quatro horas os erros de quase um século (a última tinha
sido aplicada pelo Estado Novo)!
Com uma ou outra excepção as tv’s lá
foram divulgando a temática da sua ignorância, mas houve excepções: gostei
especialmente de ouvir Peres Metelo, Teixeira dos Santos e o “benfiquista-democrata-cristão”
Bagão Félix que realmente sabiam do que se estava a tratar.
Os títulos dos jornais de referência
de hoje também demonstram a ignorância - ou será iliteracia? - que por ai corre…
Apesar do “apresentador”, confesso
que me revejo no “rough draft”, apenas lamento que nas suas linhas gerais não
se tenha inserido a reforma dos “gabinetes” dos governantes que, a par com os
chamados institutos públicos, apenas servem para empregar os “escoteiros
lobitos” das organizações partidárias. São estruturas paralelas, “esvaziadoras”
da função pública e consumidoras de recursos económicos que tanta falta nos
fazem.
Mas, é um programa para uma dúzia de
anos e por tal na apreciação que se segue, estes e outros “defeitos” possam ser
corrigidos embora não acredite que “eles” tenham coragem de acabar com boys e
girls...