Portugal deve entrar numa recessão severa de que só sairá na segunda metade de 2010. A previsão foi avançada à Renascença por um especialista da revista britânica “The Economist”, Kevin Dunning.
O responsável pela unidade que segue a Europa do Sul e pelas previsões nas economias de Espanha, Itália e Grécia acredita que o nosso país deverá enfrentar, nos próximos dois anos, o pior momento económico da sua história democrática.
As previsões da “Economist Intelligence Unit” são muito pessimistas e vão ser apresentadas hoje ao Primeiro-ministro.
Kevin Dunning acredita que o investimento público é uma solução para ultrapassar a crise, mas pode chegar tarde demais. “A questão é conhecer a rapidez com que se pode gastar o dinheiro.
Enfrentamos um ano muito difícil e, a não ser que tenha os projectos de investimento público prontos para avançar já, o dinheiro não aparece.
Quer dizer: muitas das infra-estruturas demoram muito tempo a projectar”.
As previsões do instituto britânico prevêem um défice de 4,5%, um recuo da economia de 2% e uma taxa de desemprego a tocar os 9%.
Segundo Dunning, há muito pouco que o Governo possa fazer: “Portugal está numa posição em que não tem muita margem de manobra, ao contrário de outros países que têm excedente orçamental. No curto prazo, não há muito que se possa fazer para contrariar a crise. Esta recessão é muito profunda e forte e o Governo sozinho não consegue alterar estas forças”.
De acordo a revista britânica, esta crise será a pior e a mais profunda de sempre, não só em Portugal, mas também na Europa e nos Estados Unidos.