terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Um Partido de perder!

Durante décadas, o Partido Socialista foi, em Portugal, um partido dividido — mas não fragmentado. As suas grandes disputas foram quase sempre pessoais, geracionais ou circunstanciais, nunca verdadeiramente ideológicas. Mário Soares contra Salgado Zenha, Soares contra Manuel Alegre: combates duros, sim; mas travados dentro de uma mesma casa, com uma ideia comum de partido e de regime.
Hoje, isso acabou.
As eleições presidenciais tornaram-se o espelho cruel dessa mutação. O exercício de imaginar o voto dos antigos líderes do PS é mais do que uma curiosidade política: é um diagnóstico. Um partido em que os seus antigos secretários-gerais votam em quatro candidatos distintos não está “plural”; está desagregado.
O PS deixou de ser um partido com correntes. Tornou-se um arquipélago.

A origem do estilhaçamento: Sócrates, a bancarrota e a mentira fundadora
A fragmentação começa com José Sócrates — não apenas com a sua governação, mas sobretudo com a forma como ela terminou. A bancarrota de 2011 não foi apenas financeira; foi moral, estratégica e identitária.
Até aí, o PS conseguia oscilar entre o discurso social e a prática orçamental com relativa impunidade. A intervenção externa acabou com essa ambiguidade. Pela primeira vez, o partido foi obrigado a escolher entre a ilusão ideológica e a realidade contabilística.
António José Seguro fez essa escolha. Pagou por ela.
Ao aceitar o quadro imposto pela União Europeia e pelo FMI, Seguro assumiu a heresia máxima dentro de um PS ainda intoxicado por retórica soberanista e voluntarista. Foi atacado, sabotado e, por fim, derrubado. Pedro Nuno Santos — então jovem promessa — chegou ao ponto de defender que a dívida não devia ser paga. Não era apenas uma divergência táctica: era uma ruptura com a própria ideia de Estado responsável.
A partir daí, o PS nunca mais recompôs a sua coluna vertebral.
A geringonça: o poder como anestesia ideológica
Se Sócrates abriu a fenda, a geringonça alargou-a até à ruptura.
Em 2015, o PS fez algo que nunca tinha feito: aliou-se formalmente às extremas-esquerdas para governar. Muitos socialistas detestaram a solução. Mas calaram-se. O poder tem esse efeito: suspende a consciência crítica.
O problema é que a geringonça não foi apenas uma solução parlamentar. Foi uma mutação identitária. Ao aceitar governar dependente do Bloco, do PCP e - mais tarde, indirectamente -  do Livre, o PS deixou de ser o eixo do sistema para passar a ser apenas mais uma peça de uma frente ideológica.
A partir desse momento, o partido passou a viver dividido entre dois projectos incompatíveis:
  • · um PS centrista, europeu, social-democrata no sentido clássico; e
  • · um PS de frente popular, refém da agenda da esquerda radical.
Esses dois PS coexistem hoje — mas já não se reconhecem.
As presidenciais como sintoma, não como causa
É neste contexto que surge a candidatura de António José Seguro. E é por isso que ela está condenada — não por falha do candidato, mas pela doença do partido.
O PS que apoia Seguro não é o PS que governa câmaras com o Bloco. Não é o PS que flerta com greves políticas, nem o PS que tolera a captura do discurso social por sindicatos ideologizados. A recente “greve geral” apenas agravou o problema: empurrou votos socialistas para candidatos do Bloco e do PCP, fragmentando ainda mais o eleitorado que, teoricamente, deveria convergir.
O resultado pode ser histórico — e não no bom sentido: o pior desempenho de sempre de um candidato presidencial apoiado pelo PS.
Não é Seguro que falha. É o PS que já não existe como unidade política coerente.
O espelho europeu: quando os partidos socialistas se desfazem
O que se passa em Portugal não é excepção. É atraso.
Em França, o Partido Socialista colapsou após a presidência de Hollande, esmagado entre o macronismo centrista e a esquerda radical de Mélenchon. Restou um esqueleto eleitoral que acabou diluído em alianças artificiais.
Em Itália, o velho campo socialista dissolveu-se em fusões sucessivas, dando origem a partidos híbridos, sem identidade clara, permanentemente dependentes de coligações instáveis.
Em Espanha, o PSOE sobrevive — por agora — à custa de alianças com forças que minam a própria ideia de Estado nacional, pagando o preço de uma crescente perda de credibilidade institucional.
Na Alemanha, o SPD mantém-se apenas como gestor cansado de consensos, sem narrativa mobilizadora, eclipsado ora pelos Verdes, ora pela nova direita.
Em todos os casos, o padrão repete-se:
  • · perda de identidade ideológica;
  • · alianças tácticas transformadas em dependências estruturais;
  • · eleitorado tradicional desmobilizado; e
  • · emergência de partidos “homónimos” - uns mais radicais, outros mais tecnocráticos - que acabam por dividir, fundir ou substituir o original.
o PS português chegou tarde ao seu próprio declínio?
O PS português vive hoje aquilo que os seus congéneres europeus viveram há dez ou quinze anos. A diferença é que chega mais tarde — e, talvez por isso, com menos margem de manobra.
Já não se trata de escolher líderes. Trata-se de escolher o que o partido é — ou se ainda é alguma coisa.
Enquanto essa escolha não for feita, o PS continuará a fragmentar-se em eleições presidenciais, autárquicas e legislativas. Continuará a perder votos para a esquerda radical e credibilidade para o centro. Continuará, sobretudo, a ser um partido que fala a várias vozes — e já não convence ninguém.
O problema não é o candidato.
O problema é o partido.

domingo, 14 de dezembro de 2025

um Pais dual...

“Despe o colete ‘jaune ou rouge’ e lê, com olhos de ler e cabeça de ver!”

Portugal é um país curioso. Não tanto pela sua história — que é rica — mas pela sua capacidade quase artística de fingir que não vê o que está mesmo à frente dos olhos. E um dos exemplos mais acabados dessa cegueira voluntária é o chamado “país dual” em que vivemos.
A cada greve, o ritual repete-se com a precisão de um relógio suíço: o sector público faz greve contra legislação que… não se lhe aplica. O sector privado, esse, continua a trabalhar, a adaptar-se, a contornar a paralisação e, quando pode, a pagar a factura. Complicado? Não. Hipócrita? Bastante.
A narrativa oficial chama-lhe “defesa dos trabalhadores”. Na realidade, trata-se sobretudo da defesa dos trabalhadores certos — os que já estão dentro. Os outros, os que ainda não entraram, que esperem. Ou que emigrem. Ou que se calem.
O exemplo da saúde é particularmente elucidativo, quase pedagógico. O sector privado da saúde sobrevive, em boa medida, graças a trabalhadores do sector público que beneficiam do melhor seguro de saúde existente em Portugal: a ADSE. Um privilégio silencioso, raramente mencionado nos protestos, mas muito usado na prática.
Curiosamente, sempre que algum governo ousa pensar em parcerias público-privadas que permitam aos trabalhadores do sector privado aceder a hospitais privados em condições semelhantes, ergue-se imediatamente o coro da indignação. Fala-se do “nosso SNS”, da “ameaça dos privados”, do “desmantelamento do Estado social”.
O “nosso”, note-se, nunca é exactamente o deles.
Este padrão repete-se noutros domínios: trabalho, habitação, pensões. Aquilo que em Portugal se apresenta como defesa dos direitos é, demasiadas vezes, a defesa de leis, regulamentos e procedimentos que blindam quem já chegou e penalizam quem ainda vem a caminho. Uma espécie de sindicalismo de condomínio fechado, com porteiro ideológico incluído.
O resultado é um país onde a injustiça não é acidental, mas estrutural. Onde o discurso da solidariedade serve para manter privilégios adquiridos. Onde o colete — seja ele amarelo ou vermelho — substitui o pensamento. E onde ler com atenção se tornou um acto quase revolucionário.
Por isso, o convite é simples: despe o colete. Lê. Observa. Compara. E talvez descubras que o verdadeiro fosso social não está entre esquerda e direita, mas entre quem já está protegido e quem nunca chega a estar.
E isso, por muito que incomode, explica mais sobre Portugal do que mil greves televisionadas.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A “Greve Geral”: anatomia de uma grevinha ideológica!

Há palavras que sobrevivem por inércia. “Greve geral” é uma delas. Em Portugal, há muito que deixou de descrever um facto e passou a designar uma encenação. A de hoje não foi excepção — foi, aliás,
uma dupla falácia.
Primeiro, porque greves não se medem por manifestações, nem por planos fechados de televisão, nem por directos inflamados onde meia dúzia de bandeiras vermelhas fingem representar o país inteiro. Se assim fosse, a RTP — onde a greve “conta” sempre mais, por definição administrativa — seria o termómetro da economia nacional. Mesmo aí, o que houve foi mais fumo do que fogo.
Segundo, porque de “geral” não teve absolutamente nada. O país real — o dos serviços, do comércio, da restauração, da logística, das pequenas empresas, do trabalho privado — continuou, mal ou bem, a funcionar. Não parou. Não colapsou. Não tremeu. O que parou foi o país residual do velho neo-realismo político-sindical, esse que vive de uma memória gloriosa que já não corresponde a nada de existente.
Os tempos mudaram, mas alguns recusam-se a perceber.
Nos anos 80 ou 90, uma greve nos transportes pesava. Hoje pesa menos — não apenas porque houve municipalização, mas porque o mundo mudou. Houve autocarros onde não houve metro. Houve circulação onde antes tudo parava. Houve tele-trabalho, esse detalhe incómodo que baralha qualquer contabilidade militante. Eu próprio andei de autocarro. Um escândalo, para quem precisava de um país imobilizado para fingir força.
No essencial, foi uma greve quase exclusiva da administração pública: escolas públicas, hospitais públicos, alguns serviços de atendimento ao público. Exactamente aqueles sectores que nada têm a ver com a alteração da lei laboral privada, mas tudo têm a ver com a fidelidade ideológica a uma certa esquerda estatizada, corporativa e sindicalizada.
Ou seja: greve contra o quê?
Contra quem?
Com que legitimidade?
O paradoxo é delicioso: faz-se greve “geral” em nome de trabalhadores que não aderiram, contra leis que não os afectam directamente, liderada por estruturas sindicais que já não representam a maioria de ninguém.
E aqui convém dizer o que raramente se diz: os protagonistas desta grevezinha são, em larga medida, os mesmos sectores políticos e sindicais derrotados a 25 de Novembro de 1975 — derrotados então no plano histórico e derrotados agora no plano eleitoral. São os que perderam deputados, influência e centralidade nas duas últimas eleições legislativas, e que continuam a confundir rua com país e ruído com poder. 
O sindicalismo que sobrevive neste formato não é social: é ideológico. Não representa trabalhadores; representa causas. Não defende o trabalho; defende uma visão do Estado herdada do PREC e mal disfarçada desde então. Vive da administração pública porque fora dela deixou de ter base social.
Se o objectivo era fazer tremer o governo, lamento informar: o governo não tremeu, não tremelicou, nem sequer espirrou
Amanhã é outro dia. O país acordará com os mesmos problemas estruturais, mas também com a mesma evidência: esta esquerda sindical já não tem capacidade de bloqueio nacional.
Chamar “greve geral” a isto é como chamar “levantamento popular” a uma reunião de condomínio mal frequentada.
O país mudou.
Os trabalhadores mudaram.
A economia mudou.
Só o guião ficou velho.
E isso, convenhamos, não é motivo para greve. É motivo para revisão — da linguagem, da estratégia e, sobretudo, da relação com a realidade.
Aqui, no ReVisões, chamamos as coisas pelo nome: não foi uma greve geral. Foi uma grevinha.
E como todas as grevinhas ideológicas, terminou com o habitual comunicado triunfal… e com o país a seguir em frente.
Amanhã é outro dia.
Para eles, infelizmente, também.
Chamaram-lhe “greve geral”.
Foi, no máximo, uma grevinha ideológica.
O país privado trabalhou.
Os serviços continuaram.
Houve autocarros, houve tele-trabalho, houve vida real.
Parou apenas o costume: funcionários públicos sindicalizados, herdeiros políticos dos derrotados de 25 de Novembro, hoje reduzidos a ruído mediático depois de sucessivas derrotas eleitorais.

a greve "geral" de Lisboa numa má noticia...

a noticia desta "indústria" é má e vem com sotaque sul americano...

domingo, 7 de dezembro de 2025

para o jornalistado e para o comentariado (em estilo mordaz e directo)

“Do “cordão sanitário” ao cerco mediático e às “linhas vermelhas”- nada de novo.

As sondagens continuam a subestimar Ventura, como sempre fizeram desde 2019, e o sistema continua convencido de que basta gritar “frente republicana!” para evitar que o povo vote em quem quer. A receita francesa — todos contra Le Pen — está a ser importada com o mesmo entusiasmo com que se importam croissants congelados: muito barulho, pouco conteúdo.
A verdade é simples: André Ventura tem o único eleitorado fiel e disciplinado desta corrida.
Os outros dividem-se, desgastam-se e esperam que o sistema os salve.

Se houver segunda volta — e haverá — o país (e Eu) terá de escolher entre o candidato do sistema e o candidato antissistema.
...
E aí, meus caros, já não haverá “cordão” que nos valha.”

sábado, 6 de dezembro de 2025

História para os mais novos

- 25 de Novembro de 1975 -
-   4 de Dezembro de 1980 -
-   4 de Outubro de 2015 -


 

Do Cordão “Republicano” ao Cerco social-fascista— A Lição Francesa e o Caso Ventura

As elites portuguesas continuam convencidas de que o eleitor é um ser obediente, maleável e propenso a seguir ordens televisionadas. É por isso que, tal como em França, acreditam que um “cordão sanitário” basta para travar quem não se enquadra na narrativa dominante. Em 2026, esse alvo chama-se André Ventura.
1. A eterna subestimação das sondagens
Desde 2019 que as sondagens subestimam o Chega. Isto não é polémico: é estatístico. O eleitor de Ventura não responde, não confia e não gosta de ser avaliado moralmente por quem o entrevista.
Resultado: Ventura vale sempre mais do que o publicado.
2. O candidato com base própria
Gouveia e Melo atrai simpatia. Mendes apela aos nostálgicos do comentário político televisivo. Seguro convoca a máquina socialista.
Ventura, porém, é o único com uma base consolidada: disciplinada, coerente e resistente ao ridículo mediático.
3. O cordão que não se aguenta
A tentativa de copiar a estratégia francesa — todos contra Ventura — esquece um detalhe: Portugal não é França.
  • . A direita moderada não vê Ventura como inimigo existencial.
  • . O eleitor português não gosta de ser mandado votar “contra” e
  • . A elite política perdeu a autoridade moral para liderar cruzadas cívicas.
4. O problema não é Ventura — é a aritmética
A fragmentação dos outros candidatos empurra Ventura para a segunda volta, não por força extrema, mas por coesão do seu eleitorado. Onde os outros dividem, Ventura soma.
.
Concluindo-me:
O confronto não será esquerda vs. direita. Será sistema vs. anti-sistema.
E quando essa for a alternativa real, os velhos “cordão republicano” e “cerco social-fascista” transformar-se-á apenas num gadget de limites de ruido socialmente pouco aceitáveis — muito barulho, pouca utilidade.

O gajo da melena e pá ou Uma outra estória


Por sorte nossa, a História oficial, sobretudo quando não prima pela verdade, tende a ser efémera. E pode sempre rever-se e refazer-se escreveu um dia Jaime Nogueira Pinto.
.
Lembram-se do tempo em que "eles" eram "Oficial e Cavalheiro"? Este não o é o caso! Nunca o foi! E aqui, preto no branco, bem o demonstra.
.
A bem da verdade o Observador tem a obrigação de obter contraditório às boutades deste bronco.
Aqueles que foram seus contemporâneos na Guiné, nos Açores e na Metrópole e, especialmente, os militares, em especial os soldados sem graduação, que estiveram com ele,  que ele "comandava" devem ser ouvidos em contraditório. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

mesmo nas Presidenciais... valem o que valem!

Segundo a jornalista Joana Mourão Carvalho e o Estudo de Opinião da Consulmark2 
Se as eleições presidenciais de 18 de janeiro fossem este domingo, Luís Marques Mendes disputaria a segunda volta com um de quatro outros candidatos: António José Seguro, Henrique Gouveia e Melo, André Ventura ou João Cotrim de Figueiredo.
A sondagem realizada pela Consulmark2 para a Euronews mostra um cenário um tanto inesperado, com o candidato apoiado pelo PSD a surgir em primeiro lugar com apenas 16,9% das intenções de voto, seguido por António José Seguro com 13,0%, Henrique Gouveia e Melo com 12,7%, André Ventura com 12,6% e João Cotrim de Figueiredo com 12,2%. Há portanto um empate técnico a quatro para disputar quem segue para a segunda volta.
Já Catarina Martins não vai além dos 2,0%, seguida de muito perto de António Filipe com 1,9% das intenções de voto. Jorge Pinto não chega sequer a 1%.
A sondagem realizada pela Consulmark2 para a Euronews mostra um cenário um tanto inesperado, com o candidato apoiado pelo PSD a surgir em primeiro lugar com apenas 16,9% das intenções de voto, seguido por António José Seguro com 13,0%, Henrique Gouveia e Melo com 12,7%, André Ventura com 12,6% e João Cotrim de Figueiredo com 12,2%. Há portanto umempate técnico a quatro para disputar quem segue para a segunda volta.
Já Catarina Martins não vai além dos 2,0%, seguida de muito perto de António Filipe com 1,9% das intenções de voto. Jorge Pinto não chega sequer a 1%.
Resultados sem distribuição aritmética dos NS/NR 
A sondagem foi realizada entre 19 e 28 de novembro de 2025, já com os debates televisivos a decorrer. A amostra teve 795 entrevistas telefónicas: 380 homens e 415 mulheres. A margem de erro é de 3,4%.
Um total de 89% dos inquiridos disse ter intenção de votar a 18 de janeiro e 52,8% já decidiram em quem irão votar. Apenas 2,2% assumem a abstenção e quase metade (47,2%) ainda não sabe em quem vai votar. A maioria deles vai esperar pela campanha eleitoral para decidir.
Com distribuição de indecisos, na primeira volta, Marques Mendes aparece destacado em primeiro lugar com 22,0%, mas o cenário de empate a quatro repete-se com Seguro a obter 16,9% das intenções de voto, Gouveia e Melo 16,6%, Ventura 16,4% e Cotrim 15,9%. Mais longe estão Catarina Martins (2,6%), António Filipe (2,5%) e Jorge Pinto (0,8%).
A decisão do voto 
Já na percepção pública de qual vai ser o resultado, 41,4% dos inquiridos neste estudo acreditam que Marques Mendes será o próximo Presidente da República.
O candidato da família social-democrata também é o melhor avaliado em diversas categorias: melhor perfil para ser presidente da República (29,35), conhece melhor os problemas do país (38%), transmite maior credibilidade (33%), mais reconhecimento internacional (36,1%) e mais próximo das pessoas (32,5%). Também lhe é reconhecida a maior capacidade de diálogo (41,9%).
Marques Mendes apenas é ultrapassado na capacidade de liderança, categoria onde é Gouveia e Melo que reúne maior consenso (37,9%).
Luís Marques Mendes ganha todos os “confrontos” e André Ventura perde todos
Tudo indica que será necessária uma segunda volta para eleger o próximo presidente da República. Em todos os cenários apresentados aos inquiridos, Luís Marques Mendes ganha aos três candidatos que estão mais próximos em pontos percentuais. Se for André Ventura a passar a uma segunda volta, o candidato apoiado pelo PSD vence com 64,8%. Se for Gouveia e Melo, Marques Mendes ganha a eleição com 46,0%. Se o adversário for António José Seguro, a margem encurta para 43,6%.
Outro ponto a destacar é que André Ventura perde em todos os cenários na segunda volta com qualquer outro dos três candidatos, seja no confronto com Marques Mendes, Gouveia e Melo ou Seguro. Os níveis de rejeição do líder do Chega numa segunda volta é um aspeto que tem vindo a ser demonstrado em sucessivas sondagens para as eleições presidenciais.
Os cenários na segunda volta 

Ficha técnica
Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal, realizada pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para Euronews.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas pelas variáveis sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 795 entrevistas efetivas: 380 homens e 415 mulheres; 168 entre os 18 e os 34 anos, 421 entre os 35 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 262, Centro 133, Oeste e Vale do Tejo 64, Grande Lisboa 159, Península de Setúbal 61, Alentejo 37, Algarve 38, R. A. Açores 20 e R. A. Madeira 21.
Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI).
Datas de realização do Trabalho de Campo: Decorreu entre 19 e 28 de novembro de 2025.
Taxa de resposta: 46,2%.
Erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%: + 3,4%.
Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.
Em “O VOTO”, a percentagem de Ns/Nr/Recusas distribuída aritmeticamente é de 22,2%.
Publicado a 04/12/2025 - 15:12 GMT+1 •Últimas notícias 15:40