quinta-feira, 2 de março de 2017

uma das especialidades do Bloco de Esquerda...

Em Portugal a deriva populista, este discurso do povo contra as elites, dos puros contra os corruptos, tem sido uma das especialidades do Bloco de Esquerda. Nada de demasiado surpreendente se pensarmos que os seus homólogos espanhóis, do Podemos, até teorizam sobre as virtudes do populismo e o seu líder, Pablo Iglésias, foi ao ponto de cunhar um epíteto – “la casta” – para definir todos os seus adversários.
A novidade é a forma despudorada como o PS e o seu líder, por circunstâncias da vida nosso primeiro-ministro, também fizeram seu este tipo de discurso. O partido que, mais do que assistir mudo, cerrou fileiras em torno de alguém como José Sócrates, que defendeu os “negócios de Estado” que ele promoveu a partir de São Bento nas circunstâncias que hoje conhecemos, devia, no mínimo, ter mais cuidado quando atira lama para o ventilador.
Nesta quarta-feira, no Parlamento, depois dos esclarecimentos de Rocha Andrade, só a esquerda radical pode, por ideologia, prosseguir na sua catilinária. Infelizmente o PS também parece querer fazer o mesmo. É talvez altura de alguém mais sereno recordar naquela casa que o populismo “centrista” não está isentos de riscos(in “Populismo? Quem disse que a peste não tinha chegado a Portugal?” por José Manuel Fernandes)