Paulo Portas, que não se dignou comentar ao Correio a excelsa e inovante nontícia de investigação sobre a Lusa II, respondeu, via facebook, a uma pergunta directa de Paulo Especial do Monárquicos.com. Aqui vai:
"Caro Paulo, não acredite em tudo o que lê. Acha mesmo que eu andei a “vender armas ao desbarato”?
Faça-me um favor: compare a notícia do Correio da Manhã com um texto igualzinho (excepto nalguns detalhes) que está na Wikipédia. Então verá que quando eu cheguei ao Governo já a decisão de fechar a INDEP tinha sido tomada, contratos anulados, produção parada, rescisões em marcha. Azar...é tiro ao lado.
Depois lerá que o investimento no tal projecto ou protótipo parou em...1992, estava eu bem fora da política. Azar... novo tiro ao lado.
Não vá ainda ter dúvidas, e reparará que o jornalista fala em 15 milhões de euros mas a “fonte” Wikipédia diz 2,5 milhões de dólares. Um pormenor para agigantar a coisa? Azar... mais um tiro ao lado.
Enfim, dar-se-á conta que no meu tempo na Defesa não só a INDEP já era - estava, aliás, falida - como o que houve foram leilões dos seus bens...
Ou seja, nem os ministros de Cavaco nem os de Guterres, “deram” pela tal Lusa A2, e a culpa é minha, logo eu que já apanhei a INDEP em destroços e só soube dessa tal Lusa A2 ontem? E de resto, olhe que o jornal não diz mas a “fonte” sim, não há clientes militares desse protótipo ou do seu desenvolvimento.Último detalhe - quem fabricava pistolas era a antecessora da INDEP (e serviu as Forças Armadas na guerra do ultramar). A INDEP - dizem os que têm memória – dedicava-se a munições.
Caro Paulo, chamam ao Verão a “silly season”. Não acredite em todos os títulos que vê... Em contrapartida, gostei de ler “nação soberana” várias vezes no seu “post”.