" O vianense "lapsus calami" de ontem, deixado cair por Aníbal Cavaco Silva, implica que se fixem alguns conceitos fundamentais sobre a matéria e que nunca fizeram parte do "currículo" das escolas de economia. Não direi, imediatamente, que Cavaco virou salazarista, porque não foi o Estado Novo que inventou o dia da raça ou o dia de Camões, nem o conceito que, aliás, começou de forma não racista, quando, em 1913, Faustino Rodríguez-San Pedro, então Presidente da Unión Ibero-Americana escolheu o dia de Colombo, de 12 de Outubro, para uma celebração que unisse a Espanha e a Iberoamérica.
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Este Día de la Raza surgiu na Argentina en 1917, numa atitude anti-americana. Seguiu-se a Venezuela, em 1921 por decreto presidencial (Hugo Chávez, em 2002, de forma racista, passou a chamar-lhe Día de la resistencia indígena) e o Chile, em 1923 (desde 2000 é o Día del Descubrimiento de Dos Mundos). Em Espanha, tudo começou em 1918, como um governo liberal e só em 1958 é que Franco passou a chamar oficialmente à coisa Fiesta de la Hispanidad, apesar de já desde 1940 a preferir.
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Também o dia de Portugal tem muito mais a ver com Teófilo Braga e o partido republicano, do que com Salazar e o "fascismo", mergulhando no movimento da sociedade civil que, dinamizado por Ramalho Ortigão, originou as comemorações do centenário de Camões de 1880, reavivadas pelo "Ultimatum" e desenvolvidas pelo nacionalismo místico da I República. "
Este texto é uma pequena amostra do publicado no blogue http://tempoquepassa.blogspot.com/ do Catedrático Doutor José Adelino Maltez, uma das mais brilhantes mentes portuguesas da actualidade.
Ali se revela a enorme bagagem cultural do Prof. Adelino Maltez a par do seu enorme sentido de oportunidade.
Vale a pena ler a totalidade daquele texto e obter “á borla” uma bela lição de história recente!