Um excelente artigo de opinião do Sociólogo Alberto Gonçalves (Sábado 16Jun2008) que inafortunadamente poucos o saberão ler!
Fica para a minha colecção de “históricos”...
Fica para a minha colecção de “históricos”...
o Menino de Ouro do PS é a primeira biografia de José Sócrates, escrita por Eduarda Maio.
Parabéns à autora, mas eu desceria uns graus na hierarquia: para mim, o socialista a biografar é Pedro Silva Pereira.
Lá está, não temos grande ideia, donde a urgência da obra. No máximo, sabemos que é aquele senhor que vive a oito centímetros de Sócrates, que se veste como Sócrates, que se penteia como Sócrates, que fala como Sócrates, que diz o que diz Sócrates e cujo rosto me lembra o de Paris Hilton, embora não de uma maneira erótica. Assim de repente, não imagino português mais intrigante e mais digno de 300 páginas.
As relações clássicas entre os detentores do poder e as respectivas sombras, de Nixon/Kissinger a Menezes/Marco António, passando por Batatinha/Companhia, fundam-se no contraponto e na diferença de personalidades. O mistério é que, à primeira e à décima vistas, Silva Pereira mal se distingue de Sócrates e incorre em desumanos esforços para não se distinguir de todo. A sua originalidade consiste em assemelhar-se a uma cópia. Ou a um clone, graçola, aliás, bastante glosada por aí.
Parece-me uma graçola fácil. Bem espremido, até Leonard Zelig, a personagem fictícia de Woody Allen que adquiria as características dos que o rodeavam, tinha uma identidade própria e uma explicação para o seu enigma. Raios me partam se Silva Pereira, que tudo leva a crer ser uma personagem autêntica e se adapta a uma única pessoa, não esconder qualquer coisa de seu: ambições, angústias, dúvidas, esperanças, mágoas. Conhecer-lhe o lado íntimo seria fascinante. E se Silva Pereira não possuir íntimo nenhum e for somente o que aparenta, o fascínio será ainda maior. .
Parece-me uma graçola fácil. Bem espremido, até Leonard Zelig, a personagem fictícia de Woody Allen que adquiria as características dos que o rodeavam, tinha uma identidade própria e uma explicação para o seu enigma. Raios me partam se Silva Pereira, que tudo leva a crer ser uma personagem autêntica e se adapta a uma única pessoa, não esconder qualquer coisa de seu: ambições, angústias, dúvidas, esperanças, mágoas. Conhecer-lhe o lado íntimo seria fascinante. E se Silva Pereira não possuir íntimo nenhum e for somente o que aparenta, o fascínio será ainda maior. .