quarta-feira, 5 de setembro de 2018

cegueira cultural: o grande problema de Lisboa

Só por cegos, os dois últimos presidentes da Câmara de Lisboa, poderão não ser vistos como aqueles, que sendo culturalmente diferentes, tem vindo a descaracterizar a cidade.
Modernizar! Dizem-nos...
.
.
Era praticamente a última das vivendas que em tempos marcaram a paisagem da Avenida de Berna, em Lisboa.
Hoje para quem passa o portão número 64 da Avenida de Berna, em Lisboa, em frente à Fundação Gulbenkian, junto à Praça de Espanha, torna-se difícil imaginar que em 1943 aqui se ergueu um restaurante sob a alçada de um casal de refugiados da segunda Guerra Mundial. Era uma casa branca de arquitetura antiga, trepada por folhas verdes que se estendiam sobre as nossas cabeças desde o portão principal até à entrada, janelas de bordas amarelas gastas pelo tempo, telha laranja a cobrir o teto e o característico arco de boas vindas com a inscrição "La Gôndola".
.
.

Desenhado em 1928 pelo engenheiro Júlio Salustiano,  o primeiro restaurante italiano de Lisboa, La Gôndola, conheceu a luz do dia poucos meses depois de Enrico Mandillo e Maddalena Ranedda fugirem juntos de Itália e se instalarem em Lisboa, no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele um poeta, jornalista, oficial da Marinha e adepto do fascismo italiano. Ela, quem dominava o requinte de uma cozinha italiana e, mais tarde, portuguesa. (in Susete Francisco e Catarina Reis)