Como uma educação afastada dos clássicos os levou a trocar os argumentos pelos insultos e pela aniquilação moral do adversário
Pessoas com a mente completamente transtornada em resultado de anos e anos de lavagem ao cérebro promovida por uma educação afastada dos clássicos e pelos media. O que as caracteriza é a incapacidade para argumentar com clareza, focando os argumentos no tópico; preferem "matar" o mensageiro que traz notícias que as incomodam e que destrói a narrativa que interiorizaram. Se o Mundo já não pode ser como imaginaram, elas destroem quem dá a notícia, pensando que, por magia, o Mundo que acabou e elas querem de volta possa ser de novo realidade.Ninguém melhor do que o filósofo brasileiro, Olavo de Carvalho, caracterizou essa mentalidade mitómana de negação da realidade presente na retórica e na ação dos revolucionários e indignados:
É impossível que um estudante não adquira esse vício quando adestrado desde pequeno para remeter tudo de volta, sempre e sistematicamente, a meia dúzia de chavões tidos como universalmente explicativos, em vez de tentar perceber o que está realmente em jogo na discussão. O apelo compulsivo a rótulos infamantes como “fascismo”, “fundamentalismo religioso”, “preconceito e discriminação”, “racismo”, “homofobia”, “teoria da conspiração”, “elite exploradora” etc., é hoje praticamente obrigatório e funciona como substitutivo socialmente aprovado do esforço de compreender aquilo que se pretende impugnar mediante o emprego fácil e desesperadoramente mecânico desses termos. O controle “politicamente correto” do vocabulário tenta vestir uma camisa-de-força verbal no adversário mas termina por aleijar intelectualmente o próprio usuário desse artifício, reduzindo-o à condição de repetidor histérico de insultos completamente despropositados.
Os comentários que abundam na blogosfera e no Facebook correspondem, na perfeição, aos critérios descritos por Olavo de Carvalho para caracterizar as mentes transtornadas por anos e anos de lavagem ao cérebro promovida por uma educação que substituiu o amor aos clássicos pela propaganda e pelos chavões. Propaganda, chavões e insultos visam a aniquilação moral do adversário e justificam o afastamento do tópico em debate. Se o adversário é reduzido à dimensão da indigência moral, quiçá até da demência ou senilidade, não vale a pena trocar argumentos com ele sobre o assunto em discussão. Basta cobri-lo de insultos. E é a isso que está reduzido o "debate intelectual" no seio de quem devia dar o exemplo de seriedade e razoabilidade argumentativa.