Embalados na música da imprensa a
que temos direito poucos se têm apercebido dos avanços da direita
extra-parlamentar! As “opiniões publicadas” estão orgulhosos de a apelidarem “extrema”
e, porque só falam, em loop, uns com os outros ou porque só se escrevem, se transcrevem
ou se partilham naquilo a que chamam redes sociais, não se apercebem dos
avanços que a direita nacionalista e populista vai tendo Europa fora e, por
simpatia, também, cá dentro.
Aqueles que convivem diariamente com
os mais jovens só não se apercebem disto se forem cegos ou surdos, “eles”:
- querem "uma saída para crise",
são contra o "brutal pacote de austeridade", exigem "a
refundação do Estado", estão “contra as privatizações”, querem
“mais estado” e, para marcar a diferença, até
- mudaram de “look” para algo
próximo do jovem intelectual do final dos “anos 60” (aquilo que os nossos pais chamavam
de “arrumadinho”),
- abandonaram o “saco de lona a
tiracolo”, a t-shirt estampada, apararam a barba e retiraram o “gel” do cabelo
que agora lavam com frequência e já
- gozam com os “idiotas úteis” que
teimam na ideia de que teriam que ter a “cabeça rapada”!
Esta ”nossa nova direita
extra-parlamentar”, que é mais xenófoba que racista, cresce lentamente e, como há
poucos que conhecem as Leis de Newton, vai vencendo a “inércia” sem que os doutos
opinadores o percebam.
Em toda a Europa as populações
atribuem a crise à União Europeia e, farta das promessas de uma esquerda que
perdeu ideologia, vai elegendo os populistas de direita:
- na Holanda ao agitar o espectro da "ameaça
do Islão", o líder populista Geert Wilders conquistou pontos nas eleições
municipais e deu um grande passo para a sua ascensão ao cargo de
primeiro-ministro,
- em França o partido de Jean-Marie
Le Pen causou “surpresa” nas eleições regionais francesas ao atingir os 20% em
várias regiões,
- na Hungria o partido Jobbik continua
a seduzir inúmeros eleitores e com a formação populista, xenófoba, anti-cigana
e nacionalista de Gábor Vona pesa na formação dos actuais dois terços da
maioria parlamentar,
- os dinamarqueses são notícia por
causa das suas posições xenófobas e dotaram-se das leis de imigração mais
restritivas da Europa, um verdadeiro insulto ao pensamento liberal,
- nas eleições municipais em Viena
de Áustria, o Partido da Liberdade obteve quase 30% dos votos, e
muito mais podia acrescentar…
Cuidemo-nos! Deixem de falar e
escrever para os próprios umbigos e para os “amigos” do feiçebuque, esqueçam as
arruadas parlamentares, as ocupações de escadas e ministérios, reparem nos
sinais e não esqueçam aqueles vossos “amigos”
do “estado novo” que de 25 para 26 mudaram para “revolucionários” porque o inverso pode acontecer e
“eles” já estão aí!
(mais que a auto alcunhada “esquerda”
que autofágica se diminui, são “estes”, que vejo crescer de dia para
dia, que me preocupam!)