terça-feira, 13 de março de 2012

"Estado tem de impor o interesse público ao excessivo poder da EDP"


Em Janeiro numa entrevista ao Negócios, Henrique Gomes, indicava que a privatização da EDP não impediria o Governo de tomar medidas para cortar "margens excessivas" no sector.
Gomes queria cortar os ganhos dos produtores eléctricos e afirmava que negociar "é uma via". Mas Estado pode tomar "uma decisão unilateral e soberana".
O ex-secretário de Estado da Energia havia pedido, no final do ano passado para sair do Governo, quando foi inviabilizada a aplicação da contribuição especial sobre a produção eléctrica e que abrangeria além dos CMEC (Custos de Manutenção dos Equilíbrios Contratuais) detidos pela EDP, os CAE (Contratos de Aquisição de Energia) detidos pela International Power e a PRE (Produção em Regime Especial) que abrange as eólicas, a co-geração, foto voltaica e biomassa. Nessa altura Passos Coelho terá convencido Henrique Gomes a ficar.
Já este ano, a Secretaria de Estado da Energia havia encomendado à Universidade de Cambridge, um estudo sobre as "rendas excessivas" que o Estado paga e que a troika quer reduzir, mas as conclusões daquele trabalho foram de imediato criticadas pelo Nunes Mexia (Universidade de Geneve, 1979), da chinesa EDP. De imediato, Gomes, começou a ser boicotado por "conhecidos" sectores do governo.
Na semana passada esgotou-se a paciência de Henrique Gomes quando foi impedido de fazer uma intervenção no ISEG na qual previa os efeitos das rendas excessivas na evolução futura das tarifas da electricidade a pagar pelos consumidores particulares e empresariais.
Desta feita, Passos e Alvaro, esticaram demasiado a corda!
Ao nomearem o “regulador” Artur Trindade, da ERSE, para a Secretaria de Estado da Energia, parece que estão a colocar a “raposa a tomar conta do galinheiro”… ou, melhor, o Mexia no governo a negociar com a EDP.