“Recomendo que vejam o que se está a passar com a negociação do programa em que o Governo se tem que comprometer em despedir 15 mil funcionários públicos, baixar os rendimentos das pessoas em mais de 20% para que alguém acredite que em 2020 a Grécia possa ter uma dívida sustentável”.
De seguida, pior a emenda que o soneto, o Passos Coelho, apelou aos portugueses para serem "mais exigentes", "menos complacentes" e "menos piegas" porque só assim será possível ganhar credibilidade e criar condições para superar a crise.
Acredite, senhor que está primeiro-ministro, porque somos um país de ”velhos”, daqueles que conhecem a história do nosso país de oito séculos, somos muito exigentes, especialmente para pouco educados “meninos da geração rasca”.
Acredite também que por conhecermos as muitas crises por que passou este nosso velho país de “velhos”, somos pouco complacentes com a iliteracia do conhecimento deste povo de "novos" politicos, a socrática “geração mais bem preparada” de que faz parte, vem demonstrando.
Mas se pensa que somos "um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio…” aconselho-o a ler até ao fim, o “Pátria” de Guerra Junqueiro, e verá um povo que “sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional”, mas que não está disposto a aturar, por todo o tempo, saídas merkosianas de mau gosto suburbano.
Sermos “menos piegas”? Nós?
Apetece retorquir-lhe com a veemência do Agostinho Lopes para o ministro Alvaro: "Não diga asneiras, porra!".