O grupo Transtejo, formado pelas empresas Soflusa, responsável pela ligação entre Barreiro e Lisboa, e pela Transtejo, responsável pelas restantes ligações fluviais, encontrava-se no final do ano de 2009 em falência técnica. Todas as carreiras do grupo eram naquele ano “economicamente deficitárias”, com os défices operacionais gerados por passageiros a ascenderem a 0,29 euros na carreira de Cacilhas, 0,65 euros na carreira do Barreiro, 1,96 euros na carreira do Seixal, 3,09 euros na carreira do Montijo e 4,83 euros, na carreira da Trafaria. Para capitalizar as duas empresas, individualmente, e repor os respectivos capitais sociais perdidos eram necessários 167,4 milhões de euros (143,6 milhões na Transtejo e 23,8 milhões na Soflusa), refere a auditoria. A principal recomendação dos auditores, a fusão das duas empresas, ainda não foi respeitada.
O CDS-PP vai hoje interpelar o governo sobre o Sector Empresarial do Estado. Na mesma sessão o Bloco de Esquerda irá defender que nenhum gestor ganhe mais do que o responsável que o nomeou.
Cecília Meireles, CDS-PP, explica porque identifica aquele sector como «uma doença da economia portuguesa»: «Temos neste momento empresas públicas a mais, gestores públicos a mais e temos endividamento a mais, e isso pesa em excesso no bolso dos contribuintes. Só para dar um exemplo, muitos gestores públicos ganham mais que o Presidente da República», referiu, acrescentando que «mais grave ainda é que não haver qualquer indexação dos resultados das empresas aos salários dos gestores».
A deputada propõe três soluções simples para resolver este problema através de: «primeiro, disciplinar estes salários, o segundo, escrutinar os contratos de gestão e tornar públicos todos os objectivos das empresas e tudo o que se passa lá dentro, e por último, terminar com indemnizações desproporcionadas que cada gestor recebe quando sai das empresas públicas». Em relação a remunerações, também o Partido Popular defende que devem ser impostos limites nos salários.