“O partido reformista apareceu um dia, de repente, sem se saber como, sem se saber porquê. Era um estafermo austero, pesado, de voz possante. Ninguém sabia bem o que aquilo queria. Alguns diziam que era o sebastianismo sob o seu aspecto constitucional; outros que era uma seita religiosa para a criação do bicho-da-seda. Corriam as mais desvairadas opiniões. Apresentava-se tão grave, tão triste, tão intransigente, que no Chiado afirmava-se ser uma personagem da história romana – empalhado!
Ninguém se aproximava dele, no meio de imensa impressão que causava nos moços de fretes. Por fim, pouco a pouco, alguns jornalistas mais curiosos foram-se chegando, começaram a tocar-lhe com o dedo, a ver se era de pau. Era de carne, verdadeiro. Percebeu-se mesmo que falava. Então os mais audaciosos fizeram-lhe perguntas.
…e para todas tiveram como unica resposta ““economias”
Foi necessário reconhecer, com mágoa, que o partido reformista não tinha ideias. Possuía apenas uma palavra, “economias”, aquela palavra que repetia sempre, a todo o propósito, sem a compreender. O partido reformista é o papagaio do Constitucionalismo”. Queiroz, Eça de, Uma Campanha Alegre, 1890.
Duvido que Coelho para além dos resumozitos do ensino obrigatório, alguma vez, tenha lido fosse o que fosse de Eça de Queiroz e, dir-se-ia que nisso está bem acompanhado.
Por isso ai vai uma ajuda "barata" neste tempo de crise: podem ler aqui, e à borla, o Capitulo IV de “Uma Campanha Alegre”… (atenção: não confundir com as do Poeta bi-candidato!)