terça-feira, 22 de junho de 2021

HISTÓRIA DO PORTUGAL para os mais atentos

não aconselhável a tótós, 
avençados, subsidiados, idiotas-úteis e similares
(aposto que consegue substituir pelos nomes verdadeiros as alcunhas que vos deixo!)
.
Na quinta dos animais, com o passar do tempo, devido ao exercício despudorado do poder, a corrupção tomou conta da moralidade. E o porco Snowball já não sabia o que havia de fazer para controlar tanto o porco Napoleão como Muriel que era uma cabra. Na luta pelo poder, Napoleão que vivia obcecado por assumir o controlo total sobre todos os animais, entendeu ter chegado o momento para afrontar a ordem estabelecida. Tratava-se de impor a realização de uma festança a fim de afirmar a sua superioridade político-social sobre todos os habitantes da quinta e principalmente sobre Snowball. O discurso de Napoleão era simples uma vez que defendia a liberdade de todos os animais poderem pensar aquilo que muito bem entendessem desde que não se afastassem da doutrina imposta pelo próprio Napoleão. Todavia, Muriel, que era uma cabra desconfiada, sabia muito bem que quem não afinasse o discurso pela ideologia politicamente correta determinada por Napoleão sujeitava-se às sevícias que ele desejasse impor. Mas na quinta, a generalidade dos animais, sob a inspiração dos avisos de um tal Orwell, tanto receava o tenebroso Napoleão como o cinismo da cabra Muriel.

A generalidade dos animais sabia que eles queriam impor um código ético-político em que todos os animais eram iguais mas uns eram mais iguais do que outros. Mas, nem por isso, Clover, que era um cavalo cheio de afectividades, deixou de apoiar os mais íntimos desejos do casal Napoleão/Murial pois sabia, que na quinta dos animais reinava um sinistro nepotismo esclarecido com o qual contava para garantir o máximo sucesso da próxima foto de família. Por outro lado, Snowball que julgava que geria a quinta, de milhão em milhão, de cedência em cedência, de propaganda em propaganda, desconfiava tanto do porco Napoleão como da cabra Muriel. Por isso, a fim de conquistar o coração da generalidade dos animais, engendrou um brilhante programa de propaganda martelada, sustentado nuns slogans que não exigiam muita inteligência, de modo a que os animais aderissem entusiasticamente à sua causa. Para o efeito até criou um fundo especial a fim de alimentar a comunicação de massas. E resultou porque as sondagens começaram a favorecer a sua posição política. Na mais despudorada imoralidade, Snowball acreditava ser ele o único que podia controlar a rebelião do porco Napoleão e da cabra Muriel e salvar a quinta dos animais. Mas estava enganado. Ele não era a solução, ele era o problema. ( in “a quinta dos animais” no O Primeiro de Janeiro )